sábado, 4 de agosto de 2012

O SERTÃO DE ANTIGAMENTE




O meu sertão hoje em dia
Está muito diferente
O progresso aqui chegou
Para distorcer a mente
Da cabocla Sertaneja
Que antes era inocente

Hoje a cabocla se sente
Pela TV atraída
Mostrando a libertinagem
Da juventude perdida
Nos grandes centros urbanos
A degradação da vida

A juventude iludida
Pelo amor da novela
Que mostra uma ficção
Que a vida faz parte dela
Alimentando uma fantasia
Que vai lhe trazer seqüela

Nessa estrada paralela
Do real e o abstrato
A juventude não ver
O que é real de fato
Vivendo das ilusões
Jogando o real no mato

Mesmo sofrendo maltrato
O sertão tinha beleza
Não se via maquiagem
No rosto da camponesa
Seu rosto era como a flor
Perfumando a natureza

Uma lamparina acesa
Bem em cima do fogão
Refletia no seu rosto
A sua linda feição
Que apaixonava os jovens
Que viviam no sertão

Chegou à televisão
Mostrando a vida moderna
Que o gozo é só aqui
Não existe vida eterna
E que o sertão hoje em dia
É chamado de caverna

A mídia passou a perna
No padre e no pastor
Hoje só divulga sexo
A mulher fazendo amor
A juventude não quer
Nem ver falar no senhor

Acabou-se o valor
Que se dava a virgindade
Quando a jovem se preserva
E quer sua liberdade
É tida como matuta
Dentro da sociedade

Sem querer desigualdade
Nem ficar contra o progresso
Mas o sertão hoje está
Sofrendo esse retrocesso
Seus mitos e tradições
Hoje tem papel inverso

Como sertanejo eu peço
O sertão de antigamente
Que a sertaneja faceira
Sentada lá no batente
Mostrando o tronco da coxa
Para enlouquecer agente

No sertão de antigamente
A sertaneja era bela
À tarde ela debruçava-se
Na soleira da janela
Que o perfume dos seus seios
Era impregnado nela

Valorizava-se a donzela
Respeitavam-se as tradições
A família era sagrada
Mesmo com contradições
Porque entre pai e filhos
Preservam-se as relações

No campo das emoções
Eu tentei ser coerente
Mas cheguei à conclusão
Que o sertão de antigamente
Em relação ao de hoje
Está mesmo diferente.

Autor: Davi Calisto 
  
 








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