segunda-feira, 29 de abril de 2013

"MOTE: A NOITE É UMA CAPA PRETA/DE COBRIR O MARGINAL"




Durante a noite o bandido
Sai com instinto de matar
E na harmonia do lar
O seu dono é perseguido
Emboscando e abatido
Mesmo não tendo rival
Na manchete do no jornal
Morto com uma escopeta
A noite é uma capa preta
De cobrir o marginal

O cidadão sem defesa
Está em casa acuado
Pois o poder do estado
Pra ele é uma incerteza
O bandido é a alteza
Dessa classe social
Ele é quem pratica o mal
Mata e joga na sarjeta
A noite é uma capa preta
De cobrir o marginal

Na noite silenciosa
Na praça ou na avenida
Alguém que perdeu a vida
Por ter dito alguma prosa
A bandidagem raivosa
Em busca do capital
A arma é um fuzil fal
Que ele tirou da gaveta
A noite é uma capa preta
De cobrir o marginal

Exibindo o seu poder
O marginal se apresenta
E a sua arma ostenta
Que é para o povo temer
Quem ver tem que esconder  
Que ele não tem arsenal
Dizer que aquilo é legal
E que ali não tem mutreta
A noite é uma capa preta
De cobrir o marginal

O nosso homem de bem
Está com as mãos atadas
E as nossas políticas erradas
Sem poder defender ninguém
Quem advogado tem
Não entra no tribunal
O nosso código penal
É de uma época obsoleta
A noite é uma capa preta
De cobrir o marginal 

ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

domingo, 28 de abril de 2013

"A DESVALORIZAÇÃO DA VIDA"



A DESVALORIZAÇÃO DA VIDA
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
ANTÔNIO MARTINS-RN, 26/04/2013.

No mundo da vaidade
A juventude caminha
Longe da realidade
Nunca se sente sozinha
Sem compartilhar as dores
Do próximo que se avizinha

A vida sua e a minha
Só Deus é quem as controla
Quem usa de hipocrisia
Pensando que a todos enrola
Muitas vezes em desespero
Um leigo é quem lhe consola

A nossa vida é uma mola
Que o tempo vai fracassando
Quando é nova impulsiona
Quando é velha vai baixando
E depois de muito tempo
Ela fica sem comando

Quem é jovem está vibrando
Com que está acontecendo
Não que ouvir os conselhos
Se ouvi-los não entende
Em busca de afirmação
Só faz o que ele pretende

Muitas vezes o corpo vende
Na volúpia dos prazeres
Só reivindica direitos
Não quer cumprir seus deveres
Que viver sem compromissos
Despreza seus afazeres

Todos nós temos deveres
A vida é um aprendizado
Nem só se vive o presente
Sem ter vivido um passado
O futuro é incerteza
Que ainda não foi alcançado

No mundo globalizado
O homem virou roubou
Deixou de ter sentimentos
Não sabe o que é amor
A vida o dom precioso
Hoje não tem mais valor

Estou clamando ao Senhor
Que abrevie a sua vinda
Porque do jeito que está
A humanidade finda
Só os que têm muita fé
Não se corromperam ainda









  



  



segunda-feira, 22 de abril de 2013

"A MORTE DE MEU TIO LUIS"



VERSOS EM SEXTILHAS FALANDO SOBRE A MORTE DE MEU TIO LUÍS
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

Hoje eu ouvi um relato
Que me deixou comovido
O meu pai quem me contou
O que fora acontecido
Em um passado remoto
Perdera um ente querido

O seu irmão falecido
Com dezessete de idade
O seu nome era Luís
Uma alma de bondade
Partiu para o outro mundo
Deixando a sua irmandade

Recordava com saudade
O que ele representou
Era belo de feição
Meu pai assim me falou
A morte sem piedade
Muito jovem o emboscou

Recordando hoje eu estou
Mesmo sem ter conhecido
Esse irmão de meu pai
Que anos é falecido
Morreu em 43
Sem ainda ter vivido

O seu final foi sofrido
Conforme meu pai relata
Era um tempo de atraso
E a doença foi ingrata
De uma úlcera morreu
Que hoje em dia não mata

Tudo que meu pai retrata
Fica no meu sentimento
Morreu de fome e de sede
Isso é que eu mais lamento
Por não ter naquele tempo
Nem se quer medicamento

No leito de sofrimento
Ele teve de dizer
Quando sua mãe carinhosa
Tentava lhe convencer
Pra que zelar o meu corpo
Se a terra é quem vai comer

O que eu queria entender
Eram os desígnios da morte
Porque ela é tão cruel
Quando fere com seu corte
Uns com tantas mordomias
E outros com pouca sorte

Eu quis falar dessa morte
Porque senti emoção
Em ouvir a narrativa
De meu pai o seu irmão
Que lamentava essa perda
Com dor no seu coração

Nessa minha narração
Quero deixar meu lamento
O que os meus avós sofreram
Quanta dor e sofrimento
Quero esquecer um passado
Que causou tanto tormento

Faço aqui meu juramento
Por está angustiado
Esquecendo o sofrimento
No meu coração gravado
Quero viver o presente
E esquecer o passado

" O FRACASSO DA VELHICE"



O FRACASSO DA VELHICE
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

O que o tempo fez comigo
Eu estou rogando apelos
Enrugou a minha face
Destruiu os meus cabelos
Afora outros fracassos
Que eu nem quero descrevê-los

Sinto dor nos cotovelos
Na coluna e no peito
Já encurtei a passada
Não faça sexo direito
Nunca pensei que a velhice
Fosse tão ruim desse jeito

Mesmo impondo respeito
Ser velho é uma tristeza
A juventude é a época
Que o homem tem beleza
Quem já passou dos sessenta
Só vive de incerteza

O jovem tem a certeza
Da sua virilidade
O velho vive sofrendo
Com a sua ansiedade
Quando o velho faz amor
Pra ele é uma novidade

Para ter facilidade
O velho quer uma prova
Compra o Viagra e toma
Pra ficar com mulher nova
Mesmo que sua atitude
Termine o levando a cova



domingo, 21 de abril de 2013

"A PROCURA DA JUSTIÇA"



VERSOS EM SETE SÍLABAS, DESCREVENDO O TEMA:
A PROCURA DA JUSTIÇA
Fui procurar a justiça
Para perguntar a ela
Porque é que lá na favela
Existe tanta pobreza
Será que é a realeza
Quem faz o povo sofrido
Ou será mal dividido
O dinheiro da Nação
Com propina e corrupção
Deixando o povo iludido

Eu estou desiludido
Com que está acontecendo
O pobre sempre sofrendo
Sem que ninguém der ouvido
Sentir que é excluído
Por classe e por preconceitos
Lutando por seus direitos
Sem que ouçam a sua voz
Tendo o rico como algoz
Destruindo os seus conceitos

Com os seus olhos vendados
Fazendo-se de imparcial
Estando acima do mal
Dos que são alienados
Os verdadeiros culpados
Ficam sem serem punidos
Restam para os excluídos
O descaso de quem manda
Quem não está nessa ciranda
São os desfavorecidos

Quantos artigos forjados
Que jamais foram aprovados
Senadores e deputados
Barganhando os resultados
Protegendo os aliados
Para sua proteção
Despreza a Constituição
Não ver o pobre faminto
Perdido no labirinto
De sua imaginação

O crime organizado
Mandando nesse país
Porque ninguém nunca quis
Mostrar a força do Estado
Quem estar acomodado
Na cadeira do poder
Nunca tentou resolver
Por se achar impotente
Quem paga é o inocente
Que nasceu para sofrer

Nossas leis não são cumpridas
Porque elas são legais
Porém as dos marginais
Elas são esclarecidas
Se elas não forem atendidas
A morte vem com certeza
Quem vai fazer a defesa
De quem está condenado
Isso é dever do Estado
Que eu vejo com clareza

Quantas pessoas de bem
 Já perderam as suas vidas
Sem que as leis fossem cumpridas
Para condenar alguém
Quem as procura não tem
O respaldo do Estado
Quem tem bom advogado
Pode pintar e bordar
Pois sabe que vai ficar
Sem jamais ser condenado

Quantas leis o Brasil tem
Sem serem executadas
Mesmo sendo aprovadas
Não está punindo ninguém
Porque a luta do bem
Ela sempre é esquecida
Ela valoriza a vida
Sem dar valor ao poder
O povo precisa ver
Que a coisa está destorcida

Os valores invertidos
O bem mandando no mal
Valoriza-se o capital
Os políticos pervertidos
Com mais de vinte partidos
Para poder barganhar
Ninguém pode acreditar
No que eles estão dizendo
Pois nada estão fazendo
Para o Brasil melhorar

Por isso estou perguntando
A justiça a onde anda
Porque não vê a demanda
E o que está se passando
Muitos políticos roubando
Envolvidos em mensalão
O dinheiro da Nação
Sendo parte desviado
O povo sendo lesado
Sem que tenha punição

Autor: Davi Calisto Neto
Antônio Martins-RN, 16/10/2006