sábado, 29 de setembro de 2012

"A CADA LÉGUA QUE ANDO/SINTO DUAS DE SAUDADE"



Eu já passei dos cinqüenta
E hoje me sinto cansado
Mas recordo o meu passado
Quando eu só tinha trinta
Espero que você sinta
Quanto é bom a mocidade
Deixe-me por caridade
Viver a vida sonhando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Minha aparência mudou
Meu rosto hoje tem rugas
Estou buscando nas fugas
O que o tempo me roubou
No passado ele deixou
Meus sonhos de liberdade
Hoje na terceira idade
Eu continuo buscando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Quantas esperanças perdidas
Sonhos não realizados
Quantos encontros marcados
Quantas angustias sofridas
Quantas noites mal dormidas
Pensando na vaidade
Sem ter mais felicidade
Levo a vida chorando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Juventude foi embora
Deixou somente a lembrança
Depois que idade avança
Tudo na vida piora
Os anos é quem lhe explora
Na sua vitalidade
Distante da mocidade
Eu fico me lamentando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Adeus infância querida
Tempo que vivi de fato
Hoje eu faço um relato
Da juventude perdida
A idade já vivida
Não me trás felicidade
Pois vivi mais da metade
Do que estava esperando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"O VALOR DO VOTO"



O voto é um instrumento
De fazer transformação
Não devemos escolher
Somente por emoção
Muito embora o votar
Vem muito do coração

Na minha concepção
O voto é coisa sublime
Por isso que nosso voto
Pode nos causar um crime
Depois de votar errado
O autor não se redime

A eleição é um time
Com diversos jogadores
O candidato é o técnico
Em busca de seus valores
Os eleitores a votarem
Faz papel de promotores

Nós somos os condutores
Das mudanças radicais
Ao votar em ficha limpa
Estamos pregando a paz
Pois quem vota em ficha suja
Está andando pra trás

O eleitor tem cartaz
Se ele o voto não vender
Analisar as propostas
E procurar entender
Só agindo dessa forma
É fácil a gente escolher

O eleitor tem que ver
Em quem ele vai votar
Que depois do voto dado
Não tem como consertar
Vai sofrer os quatro anos
Sem poder nem reclamar

O eleitor ao votar
Ele se torna culpado
Eleger quem não trabalha
Conhecendo o seu passado
É como esperar mudanças
De quem já nasceu errado

O eleitor avisado
Votará com segurança
Não entra em armação
Sempre tem boa lembrança
Pois quem age dessa forma
Não nos passa confiança

O voto trás esperança
De um futuro brilhante
Quem vota na incerteza
Do progresso está distante
O eleitor decidido
Ele se torna importante

O político arrogante
Precisa ser descartado
Porque na democracia
Vive-se de resultado
Quem se comporta desse jeito
Nem devia ser votado

Vai aqui o meu recado
Como um simples eleitor
Ao se aproximar da urna
Procure se dá valor
Depende de sua escolha
Quem vai ser seu condutor 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.





"DIFERENTES, MAS IGUAIS"



Pensar ser melhor que o outro
É, no mínimo, não pensar;
Quem pensa tem consciência
Que não deve se achar
Superior, maioral,
Pois o destino final
Não se pode desviar

As diferenças existem;
Isto é de fato visível;
Na ordem da natureza
Disparidade é plausível.
Como côncavo e convexo
Os opostos causam nexo
E a convivência é possível

Há demais desigualdades;
É imensa a exclusão;
Pois tudo que é produzido
Em má distribuição,
Pela ganância voraz
Faz de muitos marginais,
Produz discriminação

Tem no espaço do homem
A miséria de permeio.
A mudança é um processo,
Mas tudo mudar, não creio.
Figurando um ser cruel,
Da maldade como um réu,
Nosso proceder é feio

Inteligência, beleza,
Pobres materialmente,
Ricos sem felicidade,
Jeitos de ser, diferente,
Identidade, conceitos,
Virtudes, falhas, defeitos;
Cada um é o que sente

Amando a sabedoria
Nenhum de nós quer o mal;
Respeitar o semelhante
É arte fundamental;
Quem isto compreender
É único sem esquecer
Que ser humano é igual

AUTOR: POETA MESSIAS TORRES.

"NAS CORDAS DO VIOLÃO"



-QUANDO, LONGÍNQUO, NASCI
DE DEUS, OUVI A CANÇÃO;
NELA EU TRANSFIGURAVA
SAUDADE COM SOLIDÃO;
E EM TOM DE BAIXOS E GLÓRIA,
ESCREVI A MINHA HISTORIA
NAS CORDAS DO VIOLÃO

-DEDILHANTE  INSEPARÁVEL,
PEÇA RARA EM MINHA MÃO;
APLACA A DOR DOS MOMENTOS
DE AIS, NO MEU CORAÇÃO;
COMPANHEIRO DO MEU PRANTO;
EM SONHOS, ‘VIAJO’ TANTO...
NAS CORDAS DO VIOLÃO

-QUE ELE, ETERNO, ME SIGA
NOS PASSOS QU’EU DER EM VÃO;
NO ‘SER’ DO MEU SENTIMENTO,
EU SINTA PROFUNDO, TÃO
CAPAZ DE ME FLUTUAR...
E A MEU PURO AMOR, CANTAR
NAS CORDAS DO VIOLÃO

-ÀS VEZES, FICO EM SILENCIO;
OUTRAS TANTAS VEZES, NÃO.
O SILENCIAR ME ENSINA,
MAS, O CANTAR ME DIZ QUÃO
HUMANO  É SABER FLORIR,
FAZER ACORDE E SORRIR
NAS CORDAS DO VIOLÃO

AUTOR: POETA MESSIAS TORRES.



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NO MERCADO DA FÉ JESUS NÃO PASSA/DE UM PRODUTO VENDIDO A PRESTAÇÃO.



Quando Cristo andava pela terra
Pra curar e passar sua mensagem
Ele quis adotar uma linguagem
De pregar só a paz e não a guerra
Um espírito de luz não se desterra
Por se ele um digno de benção
Através desse anjo a salvação
Se terá desde do campo até a praça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

Fora Judas o primeiro vendedor
Mesmo sendo de cristo um aliado
Dia, a dia vivendo do seu lado
Mesmo assim se tornara um traidor
Renegando de Cristo o seu valor
Desse homem não teve compaixão 
Com as trintas moedas em sua mão
De apóstolo tornou-se um comparsa
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

Fora Cristo levado a Pilatos
Pra que ele fizesse o julgamento
Pra quem leu a escritura o seguimento
Saberá com foi julgado os fatos
Em Jesus já se viam os maltratos
Desse ato de grande traição
Barrabás se encontrava na prisão
Para ele não teve ameaça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

Foi Lutero um grande delator
Protestando o valor da indulgência
Evitando dos pobres esta falência 
Pra que eles chegassem ao Salvador
Pra não ter que pagar esse valor
Para ter sua própria salvação
Era deus que lhe dava esse perdão
Pra beber esse vinho dessa taça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

Leiloado também foi o seu manto
Quando ele estava no calvário
Nesse seu julgamento ordinário
Sua mãe derramava o seu pranto
Vendo ali o sue filho puro e santo
Para o povo ele dava o seu perdão
Com um cravo cravado em cada mão
Os apóstolos assistiram essa desgraça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

Nas igrejas ele hoje é vendido
Para os que usam seu nome como cobre
Esse Cristo pra mim é muito nobre
Deveria ser mais compreendido
Quem ainda não está arrependido
Deveria fazer reflexão 
Para dele obter a salvação
Com anjo lhe dando essa graça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto vendido a prestação

De Jacó o seu filho foi vendido
Por ser ele um grande sonhador
Seus irmãos não tiveram do senhor
O temor desse ato enfurecido
Pois José não se fez compreendido
Muito embora ele fosse um bom irmão
Mercadores o compraram sem paixão
Pois os mesmos não tinham a mesma raça
No mercado da fé Jesus não passa
De um produto  vendido a prestação


NEM A POLÍCIA ME EMPATA/DEU CHORAR NA COVA DELA.



No sofrimento que eu estou
Não tem quem possa medir
Eu queria sucumbir
Diante do que passou
A mulher que me amou
Feita de minha costela
Bela, bondosa e singela.
A morte vem e lhe mata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela

Por que a morte é assim
Tão perversa e traiçoeira
Passa sua vida inteira
Fazendo o que é ruim
Da vida que ver o fim
Vive perseguindo ela
Há quem vive não dar trela
Persegue, rouba e destrata.
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela

Depois que você partiu
Eu não tive mais prazer
Estou vivendo sem viver
Depois que a morte vil
No meu coração se abriu
Uma porta sem tramela
Foi embora a sentinela
Pra entrar hoje e mamata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela

O meu pranto é eterno
Por saber que ela não volta
Por isso eu tenho revolta
Já notei no meu caderno
Vivendo em tempo  moderno
Uma história de novela
Ela não era donzela
Mais era simples e pacata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela

A nossa história de amor
Foi bela enquanto durou
Porém a morte levou
A quem mais eu dei valor
Não sei por que o Senhor
Fechou-me esta janela
Não a vi na passarela
Esta ausência me maltrata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela

Ela inerte no caixão
Sem poder olhar pra mim
Pra ela chegou o fim
Da nossa grande paixão
Eu pegava em sua mão
E fitava o rosto dela
Rosas brancas na aureola
E a mortalha cor de prata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.