segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UM DIA QUANDO EU MORRER.



Um dia quando eu morrer
Alguém chorará por mim
Porque eu levei a vida
Aguando o meu jardim
Para que as suas flores
Pudesse enfeitar o meu fim

Essa vida é mesmo assim
O tempo é sem piedade
Morrer moço ninguém quer
Nem aumentar a idade
Ser velho é experiência
Que não trás felicidade

Já vivi mais da metade
Do que me foi reservado
Porque se chegar aos cem
É uma temeridade
Porque a velhice trás
A perca da liberdade

A idade é sem bondade
Porque o homem atrofia
Acaba com seus desejos
Diminui a alegria
A mocidade é a luz
Que a nossa alma irradia

Na luta do dia a dia
Vou buscando meu espaço
A cada ano que somo
Eu aumento meu cansaço
E lá no livro da vida
Deus vai apagando um traço

Pergunto a Deus o que eu faço
Mas ele não dá respostas
Sem saber o que fazer
Ajoelho-me de mãos postas
Pra que o peso dos anos
Diminua em minhas costas

Escuto algumas propostas
Dos meus filhos e dos meus netos
Porque a nossa família
São os nossos prediletos
Muito embora até eles
Não mereçam meus afetos

No mundo dos prediletos
Eu queria ser eterno
Viver com as regalias
Que tem o mundo moderno
Mesmo sendo um pecador
Não ter que ir pra o inferno

Ou no livro ou no caderno
Deus o meu nome escrevesse
Pedro fosse complacente
Mesmo se eu não merecesse
E os erros que eu cometi
O Pai eterno esquecesse

Sem mostrar nem interesse
No mundo espiritual
Queria viver aqui
Nesse mundo virtual
Por entender que a morte
Só representa o final

Da vida ela é rival
Só vive a vida emboscando
Quem já passou dos oitenta
Vive por ela esperando
A vida é locomotiva
Que a morte está no comando

Por isso estou esperando
Esse encontro tenebroso
Como um defensor da vida
Procuro ser talentoso
Ser bom pai ser bom amigo
Ser bom filho e bom esposo

Assim como um cão raivoso
Com a morte vou lutar
Quando ela me escolher
Vai ser difícil levar
Porque a morte não gosta
De quem vive para amar 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO


















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