sábado, 29 de setembro de 2012

"A CADA LÉGUA QUE ANDO/SINTO DUAS DE SAUDADE"



Eu já passei dos cinqüenta
E hoje me sinto cansado
Mas recordo o meu passado
Quando eu só tinha trinta
Espero que você sinta
Quanto é bom a mocidade
Deixe-me por caridade
Viver a vida sonhando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Minha aparência mudou
Meu rosto hoje tem rugas
Estou buscando nas fugas
O que o tempo me roubou
No passado ele deixou
Meus sonhos de liberdade
Hoje na terceira idade
Eu continuo buscando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Quantas esperanças perdidas
Sonhos não realizados
Quantos encontros marcados
Quantas angustias sofridas
Quantas noites mal dormidas
Pensando na vaidade
Sem ter mais felicidade
Levo a vida chorando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Juventude foi embora
Deixou somente a lembrança
Depois que idade avança
Tudo na vida piora
Os anos é quem lhe explora
Na sua vitalidade
Distante da mocidade
Eu fico me lamentando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

Adeus infância querida
Tempo que vivi de fato
Hoje eu faço um relato
Da juventude perdida
A idade já vivida
Não me trás felicidade
Pois vivi mais da metade
Do que estava esperando
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário