quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A FARTURA QUE MATA A FOME




Quando chove no sertão
Que a terra fica molhada
Alegra-se a passarada
O touro escavaca o chão
O milho solta o pendão
O feijão a rama enrola
Onde a vaca pisa atola
Pois o solo fica charco
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola

Toda planta frutifica
A terra forma um tapete
A rama esconde o gravete
O arroz se multiplica
A pamonha e a canjica
A o faminto consola
A goma lá da virola
Fortifica quem está fraco
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola

Toda mata enverdece
A terra exala um perfume
O rio aumenta o volume
De repente a água cresce
Os peixes desovam e desse
E nos lagos se isola
O rio aumenta a bitola
Fazendo espumas no vacu
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola 

O sertanejo é contente
Olhando pra sua roça
Mesmo estando de mão grossa
Não se sente mais carente
A olhar para o nascente
Ele logo se consola
A água que no chão rola
Fica fazendo buraco
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola 
AUTOR: DAVI CALISTO NETO

  

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