quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O HOMEM E O TEMPO.


O tempo e leão faminto
Rosnando perto de mim
Roubou minha mocidade
Me deixou tristonho assim
Levou tudo que era bom
Deixou tudo de ruim

As flores do meu jardim
As suas pétulas murcharam
Da minha infância querida
Só as lembranças ficaram
Sem ter como eu impedir
Os anos por mim passaram

As saudades em mim ficaram
Como ruga e cicatriz
Retrato de um passado
A onde eu fui feliz
Presente que denuncia
Algo de bom que eu fiz

O passado não tem bis
Pois o tempo é implacável
Faz com que o homem fique
De uma forma vulnerável
O tempo é sem piedade
Pois só ele é formidável

O tempo é inevitável
Nessa sua caminhada
Por mais que agente tente
Ele encurta a nossa estrada
Minando nossa estrutura
Até nos tornar em nada

Da sua vil emboscada
O homem não tem saída
Essa luta desigual
Sempre por ele é vencida
Por mais que o homem lute
Essa batalha é perdida

O tempo é um homicida
Que o Tribunal não condena
Porque do sofrer do homem
Ele nunca teve pena
Da criança ao ancião
Executa em sua arena

Ele é quem dirige a sena
Do teatro universal
Protagoniza o Roteiro
Seja do bem o do mal
Porque no seu julgamento
Todo erro é capital

O tempo é vertical
Pra subir ou pra descer
É quem comanda as ações
Que o homem pensar em fazer
Por mais que o homem tente
Tudo está no seu querer

Por isso eu quis escrever
O tempo com sua ação
No universo da rima
Fui buscar inspiração
Percorri várias galáxias
Não achei explicação 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO

 


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