terça-feira, 14 de agosto de 2012

A SAGA DO SERTANEJO


O rosto do sertanejo
Ele é diferenciado
Seu semblante é abatido
Seu olhar distanciado
A face cheia de rugas
Pela luz do sol queimado

Sempre foi descriminado
Pela elite cultural
Seu trabalho e seu suor
Sem valor profissional  
Sua luta tem sido em vão
No cenário nacional

Tratado como animal
Que só recebe a ração
Sem ter direito ao lazer
 Saúde e Educação
É como está sendo tratada
A pobreza da Nação

Propina e corrupção
Tirando deles o direito
Uma classe social
Sofrendo com o preconceito
Sem nunca ter conquistado
O seu devido respeito

Os hospitais sem ter leitos
Vê-se na televisão
Os pobres nos corredores
Sem a menor proteção
Sendo eles os responsáveis
Pela a nossa evolução

Tem que haver compaixão
Por quem está no poder
Os nossos problemas crônicos
É preciso resolver
Mas quem está no comando
Não tenta isso fazer

Tudo volta a acontecer
Com a seca no sertão
Depois de dez anos sem
Não se fez a prevenção
Os nordestinos esperando
Do Chico a transposição

A mesma enganação
E os nordestinos iludidos
O dinheiro dos projetos
Pelos barões consumidos
A Cachoeira de roubos
Carregando os excluídos

Nosso sertão ressequido
Sem dó e sem piedade
Um problema que se arrasta
Pela falta de vontade
Dos políticos da Nação
Que só pensam em vaidade

Eu peço por caridade
Mais atenção e amor
Não deixe morrer de sede
O homem trabalhador
Que só quem é nordestino
 Pode entender esta dor

AUTOR: DAVI CALISTO NETO



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