domingo, 1 de março de 2020

                                                                       No trem da vida:
                                                                 Escreveu: Davi Calisto

Eu aprendi com o tempo
Que nós somos passageiros
O trem da vida nos leva
Como se fôssemos cordeiros
Sem apresentar revolta
Essa viagem é sem volta
Faz essa separação
Esse trem enigmático
No seu roteiro dramático
De ninguém tem compaixão

O trem da vida ele tem
Muitos vagões infinitos
Na estação dos conflitos
Ele não deixa ninguém
Quem embarca nesse trem
Nunca mais a gente ver
Não precisa escolher
Quem quer fazer a viagem
Nem se marca na passagem
O local para descer

Esse trem é dividido
Em três distintos vagões
Infância o das emoções
Adulto o mais preferido
A da velhice o vencido
Onde o silêncio perdura
É o vagão da tortura
De quem está perto do fim
Pois esse trem é assim
Não muda a sua postura

Esse trem não dar o prego
Vai correndo sobre os trilhos
Carrega os pais e os filhos
Fazendo um papel de cego
É nele onde eu carrego
Toda as minhas frustrações
Já percorri seus vagões
Já estou na última estância
Recordando a minha infância
E sofrendo as desilusões

Esse trem não tem retorno
Sua viagem é de ida
E na hora da partida
Quem viaja é sem estorno
As vestes não tem adorno
Pra quem é seu passageiro
Nem tem bens nem tem dinheiro
Não tem movimentação
Por ser a última estação
Que está nesse roteiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário