sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"A NOITE"




A noite escura e sombria
Provoca medo e espanto
As trevas cobrem a terra
No rosto se vê o pranto
Da criança que perdeu
E ainda não esqueceu
A mãe que amava tanto

A noite é um enorme manto
Que assombra as criaturas
No cemitério as corujas
São guardas das sepulturas
E o vento sopra rasteiro
Do medo espalhando o cheiro
Nas avenidas escuras

A noite é das criaturas
Que atuam nas escondidas
O ladrão planeja o furto
Combinam-se os homicidas
Praticam atos de horror
Espalham medo e terror
Por ruas e avenidas

As meretrizes despidas
Entregam seu corpo inteiro
Na cama do lupanar
Praticam o ato grosseiro
De vender a sua essência
Sem pensar na conseqüência
Tudo em troca do dinheiro

O ébrio gasta o dinheiro
Com o jogo e com a bebida
Embriaga-se no boteco
Perde o sentido da vida
Se ganha com sacrifício
Entrega tudo no vício
E é de se mesmo homicida

A noite não é cumprida
Pra quem vive no conforto
Mas pra mãe que esperava
Dá a luz sem ser aborto
Cada noite a escuridade
Vem aumentar a saudade
Lembrando o seu filho morto

A noite é mais um conforto
Pra quem tem fartura e paz
Mais pra criança faminta
Que em baixo da ponte  jaz
É um monstro sem coração
Que junta à falta de pão
A morte dos sonhos traz

Na sarjeta a noite jaz
Prostitutas e drogados
Sem rumo e sem direção
Como lixo ao chão jogado
Do tempo são andarilhos
Da vida perderam os trilhos
Pela vida aprisionado

AUTOR: FRANCINALDO REINALDO.








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