Gostaria de voltar
Aos meus vinte de idade
Pra pensar que não morria
Meu sonho de liberdade
Pra viver de ilusões
Longe da realidade
Gostaria na verdade
De amar a primeira vez
Com os bálsamos dos seus
lábios
Servindo-me de embriagues
E desse amor aventura
Poder me tornar freguês
Sentir a mesma altivez
Que eu senti no passado
Porque hoje os meus
fracassos
É quem tem me acompanhado
Quem já passou dos
cinqüenta
Esse é o resultado
Sinto-me mais preparado
Na chamada experiência
Esse lenitivo tolo
Que alimenta a existência
O tempo da ingenuidade
Tem de mim a preferência
Hoje eu só tenho carência
Mesmo sendo veterano
O passado foi um tempo
Que eu vivi como Cigano
O presente hoje revela
Meu sonho de desengano
Vejo que a soma dos anos
Trouxe-me a realidade
Quando eu só contava
trinta
A vida era só bondade
Pois nesse faixa-etária
Vivi minha liberdade
Hoje tenho felicidade
Pelo que eu realizei
Alguns sonhos foram
desfeitos
Mas eu já me conformei
Feliz de quem teve a sorte
De chegar aonde eu cheguei
A vida que eu levei
Ela não tinha aventuras
Os meus sonhos incontidos
Tornaram-se amarguras
Projetado pelo o tempo
Com suas ações inseguras
Minhas idéias prematuras
Não tiveram projeção
Porque o tempo não deixa
Que o homem tenha opção
Pois o tempo se apresenta
Como o senhor da razão
O tempo é revelação
De um negativo abstrato
A película do futuro
Não revela o meu retrato
Quanto mais os dias passam
Mais ele se torna ingrato
O tempo faz o relato
Do passado e do presente
Mas os fatos do futuro
Ele não revela agente
Pois com relação ao tempo
Todo homem é impotente
O tempo nos faz carente
Na execução da lei
É um Juiz sem a toga
Fazendo o papel de Rei
Anotando em sua agenda
Os maus que eu pratiquei
Até meu nome é de Rei
Querido do Salvador
Eu não sou o Rei Davi
Mas também tenho valor
Por ter uma mulher bela
A quem dei o meu amor
Eu agradeço ao Senhor
Pois ele a ninguém engana
Por ter a minha família
E minha vida não ser
profana
Por Deus me dar uma jóia
Que é a minha esposa ANA
AUTOR: DAVI CALISTO NETO
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