sexta-feira, 17 de agosto de 2012

UMA VOLTA AO MEU PASSADO.



Gostaria de voltar
Aos meus vinte de idade
Pra pensar que não morria
Meu sonho de liberdade
Pra viver de ilusões
Longe da realidade

Gostaria na verdade
De amar a primeira vez
Com os bálsamos dos seus lábios
Servindo-me de embriagues
E desse amor aventura
Poder me tornar freguês

Sentir a mesma altivez
Que eu senti no passado
Porque hoje os meus fracassos
É quem tem me acompanhado
Quem já passou dos cinqüenta
Esse é o resultado

Sinto-me mais preparado
Na chamada experiência
Esse lenitivo tolo
Que alimenta a existência
O tempo da ingenuidade
Tem de mim a preferência

Hoje eu só tenho carência
Mesmo sendo veterano
O passado foi um tempo
Que eu vivi como Cigano
O presente hoje revela
Meu sonho de desengano

Vejo que a soma dos anos
Trouxe-me a realidade
Quando eu só contava trinta
A vida era só bondade
Pois nesse faixa-etária
Vivi minha liberdade

Hoje tenho felicidade
Pelo que eu realizei
Alguns sonhos foram desfeitos
Mas eu já me conformei
Feliz de quem teve a sorte
De chegar aonde eu cheguei

A vida que eu levei
Ela não tinha aventuras
Os meus sonhos incontidos
Tornaram-se amarguras
Projetado pelo o tempo
Com suas ações inseguras

Minhas idéias prematuras
Não tiveram projeção
Porque o tempo não deixa
Que o homem tenha opção
Pois o tempo se apresenta
Como o senhor da razão

O tempo é revelação
De um negativo abstrato
A película do futuro
Não revela o meu retrato
Quanto mais os dias passam
Mais ele se torna ingrato

O tempo faz o relato
Do passado e do presente
Mas os fatos do futuro
Ele não revela agente
Pois com relação ao tempo
Todo homem é impotente

O tempo nos faz carente
Na execução da lei
É um Juiz sem a toga
Fazendo o papel de Rei
Anotando em sua agenda
Os maus que eu pratiquei

 Até meu nome é de Rei
Querido do Salvador
Eu não sou o Rei Davi
Mas também tenho valor
Por ter uma mulher bela
A quem dei o meu amor

Eu agradeço ao Senhor
Pois ele a ninguém engana
Por ter a minha família
E minha vida não ser profana
Por Deus me dar uma jóia
Que é a minha esposa ANA

AUTOR: DAVI CALISTO NETO


















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