sábado, 25 de agosto de 2012

A MORTE DE UM PÁSSARO INDEFESO.



Fura barreira sua foto
Faz-me voltar ao passado
O seu bico avantajado
Faz-lhe um pássaro calado
Tem relação com seu nome
Na seca você se some
Por só gostar do molhado

É um pássaro acomodado
Fácil de a gente matar
Quando eu tinha sete anos
Que saia pra caçar
Ao ouvir você cantando
Você ficava me olhando
Até eu lhe acertar

Corria para mostrar
Sua morte prematura
Para contar aos colegas
Como se fosse bravura
Ele com o bico quebrado
Com mais de cem tiros dado
Para atingir a figura

Esse pássaro tem ternura
Que eu não sei avaliar
Mas ao ver a sua foto
Sem querer vou recordar
Que eu fui seu assassino
No meu tempo de menino
Isso eu não posso negar

Sem o tempo retornar
Estou pedindo perdão
Pela minha inocência
E pela sua mansidão
Hoje eu me sinto cativo
Se você fosse mais vivo
Não estaria em extinção 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO









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