quinta-feira, 30 de agosto de 2012

EU SOU CUPIM NA VIOLA/DOS POETAS NOTA ZERO.


Poesia é sentimento
Que o poeta tem que ter
Não é somente escrever
Que revela o seu talento
Precisa ter argumento
E rimar com muito esmero
Sem saber eu não tolero
Tem que ter ido a escola
Eu sou cupim na viola,
Dos poetas nota zero.

Não invente de cantar
Se você não é poeta
Porque essa dialética
Ninguém consegue falar
Não pense que só rimar
Porque o verso eu tempero
Se gaguejar eu não quero
Pois a mim ninguém enrola 
Eu sou cupim na viola
Dos poetas nota zero

Não cante sem argumento
Pra não ter decepção
E sujar a profissão
Como se fosse excremento
Se você não tem talento
Pelo menos seja austero
É isso que eu considero
Bote na sua cachola
 Eu sou cupim na viola
Dos poetas nota zero

Eu não nasci pra cantar
Mas meu talento é notório
Quem ler o meu repertório
Começa a mim admirar
Eu já pude constatar
Que escrevo o que eu quero
Eu ajo igualmente a Nero
De quem de mim se isola
 Eu sou cupim na viola
Dos poetas nota zero

Eu admiro quem canta
Versando de improviso
Tirando do seu juízo
Essa magia que encanta
Essa musa sacro-santa
Eu vejo com muito esmero
Como poete eu espero
Que ela não seja carola
Eu sou cupim na viola
Dos poetas nota zero

Eu sou cupim na madeira
Que se alimenta e engorda
Sou a ferrugem na corda
Da quinta até a primeira
Sou da serra a cordilheira
E o canto do quero-quero
O ferro que eu tempero
O esmeril não amola 
 Eu sou cupim na viola
Dos poetas nota zero

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
  





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