sábado, 29 de dezembro de 2012

"O RETRATO DA SECA NO MEU SERTÃO"




Vermelho como uma brasa
O sol nasce todo dia
Prolongando a estiagem
Causando monotonia
Sem ter água pra beber
Vê-se o rebanho morrer
Só nos trazendo agonia

O pobre é sem regalia
Só lhe restam sofrimentos
Sem ter água e sem ter pão
Escutam-se os seus lamentos
Luta pra sobreviver
Mas nada pode fazer
Diante desses tormentos

Não há quem tenha instrumentos
Nem possa se defender
Somente o poder de Deus
É capaz de reverter
A mão não cabe na luva
Se Cristo não mandar chuva
Quem está vivo vai morrer

Hoje em dia ninguém crer
Na sua soberania
Os santos estão esquecidos
A Igreja está vazia
O povo perdeu a fé
Até mesmo São José
A seca não alivia

A luz do sol irradia
Queimando a vegetação
Só resta vivo o cardeiro
Com a sua proteção
Mesmo assim é procurado
Para alimentar o gado
Como a última opção

Eu não vejo solução
Pro ano que se aproxima
O céu limpo e azulado
O sol queimando de cima
A fome como tortura
Só aumenta a temperatura
Não há mudanças no clima

Tudo isso me desanima
Pois não vejo resultados
Os projetos do Governo
Ainda estão engavetados
Os Bancos sem solução
Empréstimos sem aprovação
E os pobres sendo enganados

Os rebanhos dizimados
O sertão virou deserto
Onde tinha um criador
Faz pena passar por perto
Tristeza e desilusão
Carcaça e putrefação
Num cenário a céu aberto

O sertanejo por certo
Morrerá sem proteção
O norte, sul e sudeste.
Com tanta alimentação
O sertão sendo queimado
O seu povo abandonado
Em busca de solução 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO.







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