Patativa foi um sábio
Da faculdade da vida
Aprendeu com os arcanjos
Sua vida foi sofrida
Homem de caráter Sã
Provou ao escrever Nanã
Que de fome foi vencida
Sua história é conhecida
Por livros que escreveu
Mesmo semi-analfabeto
Ele a mim convenceu
Poeta tem argumento
O verso é seu instrumento
Que o Divino lhe deu
Patativa não morreu
Sua verve continua
No cosmo e no infinito
Ainda tem lembranças sua
Nas noites silenciosas
Seus versos são como rosas
Que estão perfumando a rua
Sua obra se perpetua
Pela sua qualidade
O seu viver na pobreza
E a sua simplicidade
Desempenhou seu papel
Hoje ele mora no céu
Cantando a felicidade
Usou de autoridade
Ao criticar coronéis
Foi defensor da pobreza
Sem inverter os papéis
De sua imagem eu me lembro
Foi da Academia um membro
Sem mudar os seus víeis
Ele nunca usou anéis
De ouro, ou de formatura
Morou em casa de taipa
Seus versos tinham doçura
Poeta do Ceará
Escreveu meu “Boi Fubá”
Símbolo de sua cultura
Nunca teve formatura
Ao não ser a do Divino
Foi um sertanejo nato
Deus lhe deu esse destino
Como ele, hoje eu não vejo
E “A Suplica do Sertanejo”
É do meu sertão um hino.
Cumpriu aqui seu destino
Viveu quase um centenário
Um poeta sonhador
Defensor do operário
Escreveu com sentimentos
E pelos seus argumentos
Tornou-se extraordinário
Sem ser gênio literário
Foi gênio da poesia
Escreveu muitos poemas
Sem muita filosofia
Na arte foi um doutor
Externou com muito amor
Toda sua maestria
AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
Caro poeta, nada mais justo do que esse brilhante texto em homenagem ao gênio do Assaré, discordo porém ao dizeres que não houve filosofia em seus versos... No mais estou de pleno acordo. Parabéns, forte abraço, João Carlos.
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