Um primo meu Luís
Marcos, passando por perto da casa a onde ele nasceu e vendo a casa toda
deteriorada, se sensibilizou com aquela situação e pediu pra que eu fizesse uns
versos a respeito da mesma. Eu me utilizei de um mote já conhecido que é: “FUI
REVER O LUGAR QUE EU FUI NASCIDO/ SENTI TANTA TRISTEZA QUE CHOREI” Eu assim
escrevi:
De um ponto isolado eu vi a
casa
Onde ali eu cresci e fui
feliz
Este lar que pra mim foi a
matriz
Vi que o tempo a todos o
arrasa
Mesmo sei que o tempo não
atrasa
Foi cruel com aqueles que eu
amei
Muitas lágrimas ali eu
derramei
Em lembrar meu irmão já
falecido
Fui rever o lugar que eu fui nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Um curral que ligava na
cozinha
Onde tinha uma janela que
abria
Por ali minha mãe oferecia
O café bem quietinho quando
tinha
O seu gesto imponente de
rainha
No momento ali eu me lembrei
Do passado estas cenas eu
recordei
Pra viver um presente tão
doído
Fui rever o lugar que eu fui
nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Nesta casa eu vivi a mocidade
Minha infância foi tempo de
riqueza
A fartura que tinha em minha
mesa
Eu vivi essa época de verdade
Foi um tempo de muita
liberdade
Pra o futuro eu mim
encaminhei
No presente reconheço que
errei
Por ter tido um passado tão
querido
Fui rever o lugar que eu fui
nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Só um pé de pereiro ainda
resiste
Ao tempo que todos nos
derrota
Minha irmã mais querida hoje
está morta
Foi ali que passou-se a cena triste
Laranjeira ali não mais
existe
No terreiro onde tanto eu
brinquei
No chiqueiro dos porcos
observei
Tinha um coxo que ali foi
esquecido
Fui rever o lugar que eu fui
nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Nesta casa onde tudo começou
O meu pai com minha mãe ali
morava
Em um futuro brilhante eu
pensava
O meu sonho, porém desmoronou
Até mesmo Capeta se findou
A Babá que eu tanto
adorei
Muitas pisas eu sei que não
levei
Pois a mesma a mim tinha
escondido
Fui rever o lugar que eu fui
nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Adeus casa agora eu vou
embora
Nesse canto não quero mais
voltar
Porque tudo que pude observar
Teve a mão desse tempo que
devora
Quem passar por aqui eu sei
que chora
Recordando os bons tempos que
passei
Só um dia aqui eu voltarei
Se meu peito não estiver mais
ferido
Fui rever o lugar que eu fui
nascido
Senti tanta tristeza que
chorei
Antônio Martins, 17/10/2004
Autor: Davi Calisto Neto
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