Discorrendo em poesia,
Matéria de invenção,
O juízo é energia
Do fator cognição;
E pesquisando alfarrábio
Faço leitura num sábio
Que outrora deu lição.
É bastante rebuscar
Uma retrospectiva,
E na historia remontar
À verve de fonte viva;
Pra dizer a excelência
Contida na sapiência
Do menestrel Patativa.
Vasto em capacidade;
Dono de talento nato;
Viveu a simplicidade
De um caboclo pacato;
Produziu em grau abundo;
Dialogando com o mundo,
Cantou da cidade ao mato.
Na arte, um genial
De rara percepção;
Seu pensamento, um canal
De pura imaginação.
Com pés na terra voou;
Sem ter glamour, encantou
Pouca gente e multidão.
Suas interpretações
Adentram ao ser humano;
Versam das contradições
De sagrado e de profano,
Das virtudes singulares
E no escarcéu dos mares
Do desvirtuar mundano
Herói sem portar medalha,
Um mestre sem instrução;
Sua bravura se igualha
A da gente do sertão.
Germinou na escassez
E compôs ao camponês
A nota doutra canção.
Impressionava com dotes
Aos intelectuais;
No porto dos holofotes,
Preferiu estar no cais.
No espaço que a mente abarca
Protagonizou a marca
Que o tempo não desfaz.
Um crítico por natureza:
Denunciou sem temor,
O orgulho e a torpeza,
A vida sofrendo a dor;
E com sensibilidade,
Desconheceu a vaidade
Que asfixia o amor.
Cognome passarinho;
Ao nome correspondeu.
Jamais pousou noutro ninho
Distante d'onde nasceu.
Nos sertões, a ave voa
E paira uma voz que ecoa:
“Patativa não morreu”.
AUTOR: MESSIAS TORRES.
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