domingo, 18 de novembro de 2012

"MOTE; DEBRUÇADO NA TAMPA DO CAIXÃO/EU CHOREI POR MEU PAI QUE FALECEU"



Estes versos rimados em decassílabos foram feitos por mim, seu genro, DAVI CALISTO NETO, no dia 07 de novembro de 2004, seis dias após a sua morte. Essa dedicatória feita através de poesia de cordel foi em virtude de o mesmo ser amante da poesia  e poeta, uma homenagem simples e singela, de seu genro que muito lhe tinha admiração.
Saudades: Davi Calisto Neto.
Antônio Martins-RN, 08/11/2004.
 
Eu lembrava o seu tempo de alegria
Quando  moço e ainda com vigor
Trabalhando eu me lembro do senhor
Pra buscar nosso pão de cada dia
Em lembrar esse tempo me angustia
De um  sofrer que você não mereceu
No cenário onde tudo aconteceu
Hoje resta um passado de ilusão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu

Sua vida foi sempre de labor
Dedicado aos filhos e mulher
Quem lutou como ele sempre quer
Demonstrar ser um homem de valor
Muito novo perdeu o seu tutor
O seu pai que ele sempre obedeceu
Mesmo assim ele nunca esmoreceu
Pra lutar ele teve decisão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu


Você foi dos maridos o mais completo
Cuidadoso com sua companheira
Foi bom sogro e um filho de primeira
De bondade você fora repleto
Na maneira de ser não foi secreto
Quando quis relatou o que se deu
Não curvou-se e nunca se rendeu
Na verdade ele nunca disse não  
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu
  
Sua luta hoje em dia me renova 
Para ter que criar seus treze filhos
Sem ter que encarar os empecilhos
Foi lutando que sempre deu a prova
O seu corpo inerte está na cova
Os seus feitos ninguém o esqueceu
Seus amigos que com ele conviveu
Só recorda de Edilson com emoção
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu

O seu jeito alegre de viver
Deu prazer a quem estava do seu lado
É por isso que eu estou inconformado
E nessa vida não tenho mais prazer
O passado eu queria reviver
Pra viver o que tudo aconteceu
Orgulhar-me desse pai que era meu
Bom amigo, bom pai e bom irmão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu

Sei que um dia iremos nos unir
Outras vidas haveremos de viver
Nesse plano que vamos conviver
Nós teremos que muito refletir
Orações haveremos de ouvir
Por um Cristo chamado Galileu
Que dirá sua vida não perdeu
Só se encontra em outra dimensão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu

Sua morte foi muito pranteada
Pelos filhos amigos e parentes
Alguns fatos que foram mais recentes
Não deixaram esquecer de quase nada
Sua voz desta vez está calada
Tudo aqui para nós entristeceu
Seja crente, católico ou ateu
Todos dele tiveram compaixão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu

Despeço-me de ti que vai embora
Certamente um dia nos veremos
Pois da vida pra morte percebemos
Que essa grande saudade nos devora
A família  que fica é quem chora
Recordando o que tudo aconteceu
Até hoje ninguém compreendeu
Como é que se dá essa cisão
Debruçado na tampa do caixão
Eu chorei por meu pai que faleceu


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