Estes
versos rimados em decassílabos foram feitos por mim, seu genro, DAVI CALISTO
NETO, no dia 07 de novembro de 2004, seis dias após a sua morte. Essa
dedicatória feita através de poesia de cordel foi em virtude de o mesmo ser
amante da poesia e poeta, uma homenagem
simples e singela, de seu genro que muito lhe tinha admiração.
Saudades:
Davi Calisto Neto.
Antônio
Martins-RN, 08/11/2004.
Eu
lembrava o seu tempo de alegria
Quando moço e ainda com vigor
Trabalhando
eu me lembro do senhor
Pra
buscar nosso pão de cada dia
Em
lembrar esse tempo me angustia
De
um sofrer que você não mereceu
No
cenário onde tudo aconteceu
Hoje
resta um passado de ilusão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Sua
vida foi sempre de labor
Dedicado
aos filhos e mulher
Quem
lutou como ele sempre quer
Demonstrar
ser um homem de valor
Muito
novo perdeu o seu tutor
O
seu pai que ele sempre obedeceu
Mesmo
assim ele nunca esmoreceu
Pra
lutar ele teve decisão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Você
foi dos maridos o mais completo
Cuidadoso
com sua companheira
Foi
bom sogro e um filho de primeira
De
bondade você fora repleto
Na
maneira de ser não foi secreto
Quando
quis relatou o que se deu
Não
curvou-se e nunca se rendeu
Na
verdade ele nunca disse não
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Sua luta hoje em dia me renova
Para
ter que criar seus treze filhos
Sem
ter que encarar os empecilhos
Foi
lutando que sempre deu a prova
O
seu corpo inerte está na cova
Os
seus feitos ninguém o esqueceu
Seus
amigos que com ele conviveu
Só
recorda de Edilson com emoção
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
O
seu jeito alegre de viver
Deu
prazer a quem estava do seu lado
É
por isso que eu estou inconformado
E
nessa vida não tenho mais prazer
O
passado eu queria reviver
Pra
viver o que tudo aconteceu
Orgulhar-me
desse pai que era meu
Bom
amigo, bom pai e bom irmão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Sei
que um dia iremos nos unir
Outras
vidas haveremos de viver
Nesse
plano que vamos conviver
Nós
teremos que muito refletir
Orações
haveremos de ouvir
Por
um Cristo chamado Galileu
Que
dirá sua vida não perdeu
Só
se encontra em outra dimensão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Sua
morte foi muito pranteada
Pelos
filhos amigos e parentes
Alguns
fatos que foram mais recentes
Não
deixaram esquecer de quase nada
Sua
voz desta vez está calada
Tudo
aqui para nós entristeceu
Seja
crente, católico ou ateu
Todos
dele tiveram compaixão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
Despeço-me
de ti que vai embora
Certamente
um dia nos veremos
Pois
da vida pra morte percebemos
Que
essa grande saudade nos devora
A
família que fica é quem chora
Recordando
o que tudo aconteceu
Até
hoje ninguém compreendeu
Como
é que se dá essa cisão
Debruçado
na tampa do caixão
Eu
chorei por meu pai que faleceu
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