Tamanduá minha terra
É berço de cantadores
Lá nasceram meus avôs
Que foram meus precursores
Não estou fazendo barulho
Dessa terra eu me orgulho
Por ser um dos travadores
Nós somos conectores
De uma energia invisível
Que na corrente do sangue
Tornou-se intransponível
Eu digo em alto e bom som
A poesia é um Don
De valor indescritível
O homem é quem é falível
Diante de seus projetos
Por não saber do futuro
São como seres abjetos
O homem não tem poder
Deus é quem pode fazer
Os sonhos serem concretos
Nós somos como objetos
Encontrados no lixão
Que depois de ser usado
Vai se tornar pó do chão
Depois da morte é mistério
E o corpo no cemitério
Vai sofrer transformação
Precisamos do perdão
De quem são nossos rivais
Zelar pelos aliados
Ouvir conselho dos pais
O mundo está pervertido
Ser honesto é sem sentido
Num mundo de marginais
Eu vivi meus madrigais
Na terra de meus avôs
Hoje tudo está mudado
Pois o tempo é um algoz
Aqui eu relembro a cena
Lembro meu avô Patena
Amigo de todos nós
Relembro de sua voz
Quando estávamos reunidos
Sua canção de ninar
Ainda soa em meus ouvidos
Vivo relembrando isso
Piaba do lagamisso
Um dos versos produzidos
Jamais serão esquecidos
Os dias que lá passei
Meu avô ainda jovem
Tio e tias que eu amei
Hoje depois de muitos anos
Restam apenas os
desenganos
Dos sonhos que eu projetei
Foi lá onde eu me formei
E me tornei um rapaz
Aprendi com meu avô
Que o mal ninguém se faz
Foi ele o meu alicerce
Que até hoje permanece
E somente o tempo desfaz
Ainda hoje tem os meus
pais
Que me dão sustentação
Estrutura de família
Que fez minha formação
Dos ancestrais não me
esqueço
A família é o começo
Que constrói o cidadão
AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário