sexta-feira, 30 de agosto de 2019


                                                                  CENAS DO SERTÃO.
                                                            ESCREVEU: DAVI CALISTO.
Ao ver um pombo voando
Eu fico a me perguntar
Mesmo sem bater as asas
Consegue acelerar
Voa com tanta destreza
Que só a mãe natureza
É quem consegue explicar

A vaca dar de mamar
Depois que ela lambe a cria
O carão sem ser astrólogo
O inverno ele anuncia
O campina é quem desperta
E ao sertanejo alerta
Que amanheceu o dia

O peixe na água fria
Nada em busca de comida
A lagarta se encanta
Ao ficar adormecida
Ela muda de faceta
E ao virar borboleta
Vai viver uma nova vida

O boi lambe uma ferida
Causada pelo o chicote
A cascavel se enrola
Para poder dar o bote
Quando os guinés se agitam
Como vigia eles gritam
Para voar de magote

Uma rã no pé do pote
Faz um barulho esquisito
Como quem rapa uma cuia
Deixa o sertanejo aflito
Este som sem melodia
É porque ela anuncia
Do inverno o veredito

O tempo fica bonito
Depois que muda o cenário
O relâmpago risca o céu
O trovão é temerário
O sertanejo se agita
E ele mesmo acredita
De ser extraordinário

Um eterno operário
O jumento é pontual
O seu rincho é o ponteiro
De um relógio natural
Relincha de boca aberta
Faz isso na hora certa
Do horário universal

Por dentro do matagal
A raposa se alinha
Se aproxima da casa
Para pegar a galinha
É essa é sua conduta
Tem o nome de astuta
Porque só age sozinha

Ataca de manhãzinha
Seu horário preferido
Por saber que a galinha
Do poleiro tem decido
Seu ataque é fulminante
Numa questão de instante
Está tudo resolvido

No sertão que eu tem vivido
Hoje é muito diferente
A Internet é quem faz
O povo ficar contente
Com cada fato complexo
A exploração do sexo
Não se tem mais inocente

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