quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

"VERSOS EM SETE LINHAS, DESCREVENDO O SERTÃO, QUANDO CHOVE."

Eu vou pedir pra chover
Pra sertão ficar bonito
A cigarra se calar
O carão soltar seu grito
O céu ficar encoberto
E o nevoeiro mais perto
Do horizonte esquisito

Ao longe no infinito
O céu emendar na serra
A babugem ao nascer
Empurrar beiju da terra
A noite ser mais escura
E no vôo da tanajura
A sua vida ela encerra

No chiqueiro o bode berra
Com medo da trovoada
As tardes ficam mais quentes
E a madrugada gelada
Sem ser ave de rapina
É o canto do campina
Que desperta a passarada

Na forquilha da latada
Um galo o dia anuncia  
A noite que foi chuvosa
Vai deixando a brisa fria
O sol branco é quem desponta
E o sertanejo se apronta
Pra viver um novo dia

Lá no riacho uma jia
Canta de felicidade
Boiando na correnteza
O sapo tem liberdade
Com o seu corpo estendido
Se desloca sem sentido
Sem muita velocidade

Nesse cenário é verdade
A natureza se veste
A caatinga fica verde
O planalto vira agreste
Nessa mudança de clima
O sertanejo se anima
Por ser filho do nordeste

Ninguém ver falar de peste
A fome desaparece
Até do bolsa família
O sertanejo se esquece
O sertão vira um pomar
Tudo que se planta dar
E o sertanejo agradece

O barro seco amolece
O baixio fica alagado
O facão de cortar palma
Vai ficar enferrujado
A pastagem se levanta
E as folhas verdes da planta
É quem alimenta o gado

O sertanejo ocupado
Sem ter tempo pra perder
Cuidando da plantação
Limpando pela crescer
Mesmo sem ter condição
Engrossa o couro da mão
Mas isso lhe dar prazer 

ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
 
   






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