terça-feira, 18 de setembro de 2012

FUI CHORAR NO SEPULCRO DA SAUDADE/PELA ÚLTIMA ESPERANÇA QUE MORREU.




Ao entrar certa vez no cemitério
Sobre mim recaiu a solidão
Entre os túmulos deixei que a emoção
Dominasse em mim esse mistério
Num silêncio esquisito e funério
Eu tentei recordar o rosto seu
Ao lembrar o que tudo aconteceu
No meu peito eu senti ansiedade
Fui chorar no sepulcro da saudade
Pela última esperança que morreu

Não devemos sofrer antecipados
Pois a vida nos trás uma esperança
Que lutando na vida agente alcança
De degrau, em degrau, os resultados.
Quando jovens nós somos interrogados
Por alguém que na vida já viveu
As mazelas que ele já sofreu
É quem faz o lembrar da mocidade
Fui chorar no sepulcro da saudade
Pela última esperança que morreu

Nesse mundo onde impera a violência
Onde o fraco é tratado como bicho
Cada rico cultiva o seu capricho
E do próximo jamais sente clemência
Ao viver no glamour e na decência
Esquece-se do homem que é plebeu
A história que ele reviveu
Para ele só resta à vaidade
Fui chorar no sepulcro da saudade
Pela última esperança que morreu

Numa lápide gelada eu me sentei
E pensando eu voei pra o infinito
Os meus olhos a ler em cada escrito
Muitas lágrimas ali eu derramei
Um passado de glória que eu sonhei
De um alguém que ali apodreceu
Nessa cena só estava ela e eu
E só eu é quem tinha liberdade
Fui chorar no sepulcro da saudade
Pela última esperança que morreu 

Muitos restos de ossos apodrecidos
Que a terra já tinha decomposto
Muitas fotos mostrando em cada rosto
Os semblantes que foram esquecidos
Os que ali se encontravam adormecidos
Por alguém que com os anos o esqueceu
Só a data que ele faleceu
Sem gozar o vigor da mocidade
Fui chorar no sepulcro da saudade
Pela última esperança que morreu
 
Autor: Davi Calisto Neto.

Mote sugerido pelo grande poeta, meu primo; JOSÉ FONSECA DE QUEIROZ


Um comentário:

  1. Esses versos em tudo faz lembrar/
    De um tempo saudoso e bonito/
    Vejo o nome na lousa aqui escrito/
    Minha mente me ofusca ao relembrar/
    Que se foi e que nunca vai voltar/
    Muitos tempos comigo já viveu/
    Mas não posso esquecer os olhos seus/
    Hoje em dia só resta á ansiedade/
    Fui chorar no sepulcro da saudade/
    Pela ultima esperança que morreu.

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