No sofrimento que eu estou
Não tem quem possa medir
Eu queria sucumbir
Diante do que passou
A mulher que me amou
Feita de minha costela
Bela, bondosa e singela.
A morte vem e lhe mata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
Por que a morte é assim
Tão perversa e traiçoeira
Passa sua vida inteira
Fazendo o que é ruim
Da vida que ver o fim
Vive perseguindo ela
Há quem vive não dar trela
Persegue, rouba e destrata.
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
Depois que você partiu
Eu não tive mais prazer
Estou vivendo sem viver
Depois que a morte vil
No meu coração se abriu
Uma porta sem tramela
Foi embora a sentinela
Pra entrar hoje e mamata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
O meu pranto é eterno
Por saber que ela não volta
Por isso eu tenho revolta
Já notei no meu caderno
Vivendo em tempo moderno
Uma história de novela
Ela não era donzela
Mais era simples e pacata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
A nossa história de amor
Foi bela enquanto durou
Porém a morte levou
A quem mais eu dei valor
Não sei por que o Senhor
Fechou-me esta janela
Não a vi na passarela
Esta ausência me maltrata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
Ela inerte no caixão
Sem poder olhar pra mim
Pra ela chegou o fim
Da nossa grande paixão
Eu pegava em sua mão
E fitava o rosto dela
Rosas brancas na aureola
E a mortalha cor de prata
Nem a polícia me empata
Deu chorar na cova dela
AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
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