terça-feira, 11 de setembro de 2012

NO CADERNO DO SUBCONSCIENTE.


Vi o tempo passar tão de repente
Minha infância voou e foi embora
Juventude também não fez demora
Muita marca do tempo está presente
Em lembrar o passado a minha mente
Fica triste por eu está lembrado
Ao somar os meus anos acumulado
Eu me sinto hoje em dia diferente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

O encontro com minha namorada
Eu recordo chorando de emoção
Pois ao vê-la gravei sua feição
Que na  mente até hoje está marcada
Eu senti que ela estava apaixonada
Seu abraço em mim foi apertado
Hoje em dia este amor foi sepultado
Numa lápide singela e transparente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

As lembranças de minha mocidade
Hoje em dia me fere como lança
Mas eu tenho guardado na lembrança
Esse tempo em que tive liberdade
Eu queria aumentar a minha idade
Só pensando em ficar emancipado
Dessa soma eu não tive resultado
Porque a soma dos anos é decrescente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

Minha mãe muito nova e com vigor
O meu pai de seu lado e satisfeito
Esse tempo de paz e de respeito
Hoje em dia deixou de ter valor
Eu tratava o meu pai pelo senhor
Mesmo sem eu ter sido educado
Era assim que o pai era tratado
Pela simples razão de ser docente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

A primeira mulher que eu amei
Para mim era linda como a flor
Ao beijar os seus lábios com ardor
Com os seus gestos de amor eu me encantei
Por instantes a ela eu me entreguei
Esperando por ela ser julgado
Na volúpia do amor e do pecado
Percebi que ela ali ficou carente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

Visitei a casa onde eu fui nascido
Para ver o terreiro onde eu brinquei
No batente da casa eu me sentei
Pois meu corpo ficou estremecido
Ao lembrar o meu pai já falecido
E ao ver o lugar que fui criado
O meu rosto de lágrimas foi banhado
Por eu ver essas cenas do presente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

Minha história de vida  é transparente 
Nasci pobre e humilde no sertão
De meu pai eu herdei a tradição
De viver e lutar honestamente
Hoje a vida que levo é consciente
De um passado que fui subjugado
Se eu gozar ou sofrer fico calado
Por saber que meu pai foi inocente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado

De você eu já fui o professor
Só não pude ensiná-lo poesia
Nesse campo você tem maestria
E de mim está longe no valor
Nessa escola você foi diretor
E eu ainda não fui nem educado
Como aluno eu serei bem comportado
Aprendendo a história do repente
No caderno do subconsciente
Anotei as lembranças do passado 

AUTOR: DAVI CALISTO NETO. 

Mote sugerido por o grande poeta, meu primo, José de Mariinha.

















 























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