Eu sou como o vagalume
Que voa na noite escura
Buscando achar um espaço
Que esteja a minha altura
Ascendendo e apagando
A minha parte futura
Imitando a tanajura
Que voa pra se perder
Suas asas são crescidas
Mesmo sem ela querer
Porque do nosso destino
Ninguém pode se esconder
Eu queria entender
Que a vida é uma ilusão
O futuro a incerteza
Presente a constatação
O passado já vivido
Só nos trás recordação
A vitória a emoção
De um momento vivido
As lembranças do passado
No presente revivido
Os sofrimentos de outrora
Deverão ser esquecido
Passado é tempo perdido
Que o presente não conta
Futuro é algo abstrato
Depositado na conta
O tempo em que faz a soma
Mais dela nada desconta
O presente é o afronta
Das mazelas do passado
A realidade viva
Que nos deixa perturbado
O tempo o dragão sisudo
Rosnando do nosso lado
O tempo é preparado
Com ele não tem moleza
A mocidade é a glória
O futuro a incerteza
O jovem é a alegria
A velhice é a tristeza
O passado é a grandeza
De quem vive no presente
A infância é a beleza
Vivida pelo o inocente
A vantagem do velho é
Dizer que é experiente
Ser velho é ser carente
Das alegrias do mundo
Ter horas de sofrimentos
Alegrias de segundo
Na vida vegetativa
Sem saber se está no mundo
Ser velho é ser corcundo
Pelo tempo envergado
Não participar da vida
Viver no canto isolado
Por não ouvir muito bem
Prefere ficar calado
Esse é o resultado
Que a soma dos anos faz
Quem é jovem é cortejado
O velho não tem cartaz
Recorda com sentimentos
O seu tempo de rapaz
Sem poder voltar atrás
Pra concertar o que fiz
Os erros que cometi
Que me tornou infeliz
Encontrar quem eu amei
Pra de novo ser feliz
AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
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