O INVERNO NO
SERTÃO
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
ANTÔNIO MARTINS-RN, 17/02/2011.
O canto do sabiá
E o grito do carão
Cheiro de terra molhada
Babugem rachando o chão
Essas são algumas coisas
Que faz lembrar o sertão
A Jia no cacimbão
Com seu zabumba afinado
Um cachorro vira-latas
Numa coivara acuado
São cenas que me fazem
Ficar do sertão lembrado
Um cavalo arriado
Na porteira do curral
Um touro cavando o chão
Dentro de um matagal
E um bezerro atolado
Dentro de um lamaçal
Um rouxinol no quintal
Cantando com alegria
Na cachoeira da mata
A água faz cantoria
E o galo de capina
Anuncia um novo dia
Na terra molhada e fria
O homem faz plantação
Vê-se uma nuvem escura
Do sol tirar o clarão
E a semente na cova
Começa a germinação
O trovão faz explosão
Que estremece o rochedo
A faísca risca o céu
Que deixa agente com medo
São coisas da natureza
Que ninguém sabe o segredo
Na copa do arvoredo
O capina se desponta
Como rei da passarada
Porém a ninguém afronta
Mas pra arrancar a semente
É o primeiro que apronta
Porém quando o sol desponta
Vem quente como uma brasa
No terreiro da cozinha
O galo arrasta uma asa
Os sertanejos cansados
Começam voltar pra casa
A mulher não se atrasa
No preparo da comida
Mesmo sem ter mordomias
Ele tem amor à vida
Por isso que meu sertão
É uma terra querida
Mesmo essa terra sofrida
Eu a ela sou ligado
Seus costumes e tradições
Fizeram-me apaixonado
Onde a mulher é sincera
E o homem é mais dedicado
Hoje o sertão está mudado
Com a nossa evolução
Mas a nossa sertaneja
Na minha opinião
Ainda é muita mais bela
Que a mulher da Televisão
Se errei peço perdão
Mas esse é meu pensamento
Não vou deixar meu sertão
Eu já fiz um juramento
Mesmo com meus desenganos
E de quatro em quatro anos
Sofra da seca o tormento
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