Escreveu em poesia, o velho adágio
popular: "MORREU MARIA PREÁ"
“MORREU
MARIA PREÁ”
Pra
pensar o que quiser,
Tem
você, a opção;
De ‘botar
fé’ na estória,
De
apreciar ou não.
De
todo jeito, admito
Que
este fato esquisito
Dá bofete
na razão
Um tal
contador de ‘causo’
Se
arriscou de tratar
Sobre
a frase conhecida:
“Morreu
Maria Preá”;
E
mudando a tradição,
Falou
de outra versão
Um tanto
peculiar
De
começo, me espantei,
Fiquei
um pouco pacato;
Mas
dei cartaz ao talento
De um
piadista nato;
E o
cujo se empolgando,
Já
tava denunciando
De sacristão
a beato
Disse:
- um amigo meu,
Há certos
anos atrás,
Faz
tempo o acontecido,
O
tempo nem lembro mais,
Me
falou de uma lorota;
Quero
contá-la a patota
Pra
descontrair os ais
Me
contou o tal amigo
Irei,
então, lhes contar;
Não faltarei
uma ‘vírgula’;
E aviso,
desde já,
Façam
uso do critério
Porque
o assunto é serio!
Veja o
que se deu passar:
Um
padre ‘mei’ desviado,
Da
doutrinação, oposto,
Não
poderia, jamais,
Aos seus
fies dá desgosto,
Pois tinha
um status tanto,
Que era
visto como santo.
De
santo, só tinha o rosto
O dito
padre gostava
Às
vezes, ‘rezar pra trás’.
Pois
bem, o seu sacristão
O
flagrou todo sagaz,
Na
brecha da sacristia,
Abrochado
com Maria,
Fazendo
o que não se faz
Maria
Preá, a freira,
Por
todos, considerada;
Cumpria
com a função
Que
lhe fora confiada;
Mas,
violando o limite,
Do
frade aceitou convite
Pra se
danar nas ‘quebrada’
Foi
justo na sacristia
Que
ocorreu a melança;
Maria
de perna bamba,
No padre,
ralando a pança.
Aquela
cena traquina
Da
abominação divina,
Não se
apaga a lembrança
O caso
complicou mesmo
Foi
com seu auxiliar;
E o
padre se contorcendo,
Procurou
argumentar.
Sendo
esperto, o sacristão,
Pensou:
- que ocasião
Boa,
para se lucrar!
Disse
o padre: - não é isso
Que
você está maldando;
Eu
estava, simplesmente,
Com
Maria, conversando.
Sacristão,
esqueça tudo!
Ele
disse: - fico mudo,
Só o
senhor me pegando...
“Dinheiro
é coisa do cão”
A
gente escuta dizer;
Prejudica
quem não tem,
Quem
tem quer tudo querer;
E o
sacristão que não tinha
Quis
ganhar um ‘raspinha’
Para o
segredo, manter
O
vigário deu nos ‘burro’;
(Não
iria concordar).
“Era só
o que faltava,
Esse
papo de pagar
Pra se
guardar um segredo”;
E
utilizando o dedo
Fez o
gesto ‘tome lá’!
Mas, refletiu
no juízo
Acerca
do ‘leriado’;
Se
lembrou do seu “rebanho”,
Tremulou,
ficou suado;
E pra
se salvar do ‘breu’
Ao
sacristão, disse: - eu
Lhe pago;
tá combinado
O
cúmplice fez uma festa
Com o
teor da resposta;
Num
astral de rabissaca,
Ironizou,
deu as ‘costa’.
Êta, que
‘acordim’ bem feito,
Todo
arrumado no jeito
Que a
safadeza gosta
E
fazendo jus a cena
Que
havia presenciado,
O
sacristão ‘faturava’
Pra
permanecer calado.
No uso
de extorsão,
A “nota” vinha na mão
Sempre
que solicitado
E se a
vítima, porém,
Sonegasse
algum ‘minreis’,
O seu
algoz, sem demora
‘Dava
na cara com os pés’
Dizia:
- preste atenção!
Lembra
aquela arrumação?
Eu
conto pro seus fies
‘Cinquentinha’
por semana.
Ô
troço pra perturbar.
Mas também
quem manda
Um padre
desviado, misturar
Santidade
com capeta,
Se
meter na ‘cachuleta’,
Invés
de se consagrar?!
E o
padre aperreado
Com a
má situação;
Temia
o rancor geral
Por
parte da multidão
De
fieis, que ele ungia
Juntamente
com Maria,
Beata
do seu colchão
Mas,
precisava dar jeito
De se
livrar do sufoco;
O
sacristão já estava
Demais,
lhe fazendo pouco.
E
esperava ansioso,
Um
belo dia, ditoso
Que
pudesse dar o troco
Certa
vez, de seu descanso,
O
padre se incomodou;
“Tem
alguma coisa estranha”
Seu íntimo, desconfiou.
De
longe deu pra notar:
Era o seu
auxiliar.
Aí que
o jogo virou...
Quase
na cena que o padre
Antes
protagonizara,
O sacristão
encenava,
Numa
peripécia rara;
E em ‘foda’
rebuliço,
Se
esbaldou no serviço;
Do
chefe, nem viu a cara
Mas,
como diz no ditado:
“A ida
tem que voltar”;
Eis a
prova do ditado,
Esta prosa
quer provar.
É que
o beato ‘cabido’
Seria
logo remido
Em seu
“pecado” de amar
“Sorte
que o sacristão
‘Deu de
ré com a traseira’.
Bem
que eu desconfiava
Daquelas
suas ‘maneira’.
Se não,
eu tava ferrado”!
Pensava
o padre tarado,
Que
tinha ‘enrrabado’ a freira
Mas num
é que o auxiliar
‘Tava’
mesmo acostumado;
Já pretendia
cobrar
Um ‘recurso’
adiantado;
Sem saber
que o padre estava,
Da
munição que ele usava,
Até os
dentes, armado
Disse
o padre: - muito bem,
Sacristão
‘fi’ duma égua;
Depois
de me ‘depenar’,
Seu vício
agora dar trégua.
Acabou
a gozação;
Eu, ontem,
vi um negão
Por
trás, lhe ‘passando a régua’!
“Até
que em fim, me livrei
Daquele
fardo pesado!
A
escolha agora é sua,
Se vai
ficar de que lado.
Melhor
ser bom companheiro...
Ou
conto pro mundo inteiro
Que o
sacristão é ‘viado’”
Os
dois, assim, decidiram
Pelo
fim do “zum-zum-zum”;
Mesmo que
o assistente
Ficasse
sem ver mais um
Real,
que o padre dava,
Cada
qual se escapava
Da
‘faladeira’ comum
E, se tenta
o sacristão,
Novamente
subornar,
Logo,
o padre vai dizendo:
-Traidor,
vá se lascar!
Grana
pra você, babau
Agora ‘tá’
tudo igual:
MORREU
MARIA PREÁ.
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