O
sertão tem cultura generosa
O
seu povo trabalha com amor
Muito
embora despreze o seu valor
Que
pra mim ela é bem valiosa
Sua
história contada em versos e prosa
Descrevendo
as belezas do sertão
Até
mesmo a passagem de Lampião
Que
a muitos deixou muita amargura
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
O
seu povo é bravo e destemido
Pela
mídia eles vivem desprezados
Quando
tenta juntar-se aos aliados
De
repente o nordeste é excluído
O
sudeste é quem é favorecido
Nós ficamos a sofrer essa exclusão
Já
lutamos pela transposição
Pra
que o pobre tivesse mais fartura
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
Vaquejadas,
quadrilhas e forró.
São
costumes que hoje virou lenda
As
cantigas de reis lá na fazenda
Caipora
e Saci de uma perna só
Lobisomem
assombrava os arredo
Das
crianças na sua ilusão
São
histórias que ouvi com emoção
Que
mãe preta contava com ternura
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
O
sertão onde eu moro é diferente
O
carão é quem é nosso profeta
A
mulher é mais simples e discreta
Seu
amor é mais puro e mais ardente
A
criança é alegre e mais contente
Sertanejo
tem mais disposição
Alimenta-se
com o caldo do feijão
Mocotó,
arroz doce e rapadura.
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
O
São João é a nossa tradição
Produzido
debaixo da latada
Com
a bela morena bem pintada
Pra
dançar e fazer exibição
Ao
parceiro não pode dizer não
Porque
ele exige aprovação
Pra
dançar ele pega em sua mão
E
a ele ela atende com doçura
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
O
progresso acabou modificando
A
cultura do homem do sertão
O
vaqueiro não veste mais gibão
A
cabocla hoje está se enfeitando
No
seu rosto bonito está passando
Um
produto de última geração
Crescem
os olhos e muda de feição
Eu prefiro a cabocla simples e pura
Os costumes transformam-se em cultura
Repassados por cada geração.
Eu prefiro a cabocla simples e pura
Os costumes transformam-se em cultura
Repassados por cada geração.
Preservar
a cultura é dever nosso
Que
devemos fazê-lo com amor
Entender
que o nosso antecessor
No
futuro não tenha algum remoço
Aos
costumes antigos eu endosso
Pois
eu quero manter a tradição
Quem
os negas pra mim é sem visão
E
terá uma morte prematura
Os
costumes transformam-se em cultura
Repassados
por cada geração
AUTOR: DAVI CALISTO NETO.
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