terça-feira, 15 de setembro de 2020



                                                      QUEM DEFENDE A AMAZÔNIA 

                                                      ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

Um patrimônio invejado
Por Países estrangeiros
Por políticos aventureiros
Que se diz preocupado
Mas está é interessado
Na biodiversidade
Essa é a grande verdade
Que o povo não compreende
Mas que o PT defende
Acusando autoridade

A França que devastou
Parte de seu território
Seu presidente simplório
Também se manifestou
Nosso País atacou
Sem nada aqui conhecer
Só querendo aparecer
Para esconder suas falhas
Figurando entre os canalhas
Que quer nos desmerecer

O Brasil precisa ver
Que nós estamos cercados
Por Países devastados
Tentando sobreviver
A Amazônia é pra ser
Dia e noite vigiada
Se não ela será tomada
Pelo os Países estrangeiros
E pelos os aventureiros
Que estão aqui de morada

Sabemos que as defesas
Não são pelos animais
E nem pelos vegetais
Que representam belezas
Eles vêem outras grandezas
Que aumentam os capitais
Defendem é os minerais
Que lhes dão mais resultados
E se encontram enterrados
Nas florestas tropicais
Por isso me surpreende
Tanta preocupação
Com líder de outra Nação
Que do Brasil nada entende
Mas que Amazônia defende
Sua fauna e sua flora
Mas o índio que aqui mora
Sem nenhuma proteção
Tem que ter mais atenção
Pelo que faz e explora

Por ser o pulmão do mundo
Temos que cobrar por isso
É de nós o compromisso
Zelar seu solo fecundo
Em cada rio profundo
Preservar sua pureza
Lutar por sua defesa
Que se acha ameaçada
A floresta devastada
É uma afronta a natureza

 




   MOTE: SILVANO LYRA

ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO


Eu sou diferenciado
Em tudo que vou fazer
Porque nasci pra vencer
Por Deus fui agraciado
Me sinto superdotado
Isso todo mundo ver
Nem sou preciso dizer
Minha fama está na rua
Todo poeta recua
Só com meu jeito de ser

Quem tentou me enfrentar
Não obteve vitória
Eu já estou na história
Meu currículo é milenar
Já quiseram até clonar
Minha forma de escrever
Quem consegue me entender
Não está no mundo da lua
Todo poeta recua
Só com meu jeito de ser

A minha filosofia
É de grande aceitação
Por isso minha projeção
Ela cresce todo dia
Sempre tive em companhia
O que ninguém pode ter
Inteligência e saber
Bem diferente da sua
Todo poeta recua
Só com meu jeito de ser

Por eu ter me destacado
E chegar onde cheguei
Alguns me chamam de Rei
Que não serei superado
Eu vou deixar um legado
Pra que depois que eu morrer
Ninguém possa me esquecer
E minha lembrança flua
Todo poeta recua
Só com meu jeito de ser

Quem já me viu atuar
De mim se tornou um fã
Eu não sei se amanhã
Vão tentar me imitar
Com certeza se tentar
Não poderá esconder
Poderá assim dizer
Que meu legado cultua
Todo poeta recua
Só com meu jeito de ser

                                VERSOS EM HOMENAGEM AO POETA PEDRO BANDEIRA
                                                   ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

Quando um poeta morre
Até a natureza chora
Por ser ele uma flor branca
Que é quem perfuma a flora
Deixando um grande vazio
Depois que ele vai embora

O poeta é como a aurora
Quando mostra o seu clarão
Cantando e encantando
As belezas do sertão
Que pra quando ele morrer
Ter por certo a salvação

A morte é sem coração
Quando carrega um poeta
Deixa a tristeza na alma
Mesmo atingindo uma meta
Porque nesse funerário
Ela nunca está completa

Mesmo ela sendo discreto
Deixa o seu rastro de dor
Porque se a morte soubesse
Não matava um cantador
Eternizava o poeta
Pra ele cantar o amor

Poeta é um professor
Das coisas da natureza
Se a morte fosse sensata
Diante a sua grandeza
Pedro Bandeira teria
Legiões como defesa

Não teria vela acesa
Anunciando o seu fim
O caixão não lhe levava
Para distante de mim
Infelizmente a morte
Ela sempre agiu assim

No céu da cor de marfim
Bandeira terá morada
Para ele aqui na terra
Findou sua caminhada
Deixando a nossa cultura
Completamente enlutada
Percorreu a sua estrada
Entre os grandes trovadores
O seu legado deixado
Como um dos precursores
Ficará essa lacuna
No meio dos cantadores

                                              

                                            Mote: Silvano Lyra

                                            Escreveu: Davi Calisto.

                                         

A morte é uma certeza
Ela é definitiva
Quando a pessoa está viva
Ela chega de surpresa
O dia é uma incerteza
Mas com certeza ela vem
Nunca esqueceu de ninguém
São implacáveis suas penas
A morte surge nas cenas
Dos filmes que a vida tem

A pessoa nasce e cresce
Sem nunca pensar na morte
Mesmo que ela tenha sorte
Mas a morte não esquece
Um cronograma obedece
Cada dia leva alguém
Leva quem queremos bem
Rindo igual as hienas
A morte surge nas cenas
Dos filmes que a vida tem

Quando a pessoa nasce
Ela começa morrer
Até ela envelhecer
E depois desencarnasse
Esse é o grande impasse
Que o ser humano tem
Porque a morte é quem
Mata em todas as arenas
A morte surge nas cenas
Dos filmes que a vida tem

Não tem quem possa evitar
Esse encontro tenebroso
Leva mulher leva esposo
Deixa os filhos a chorar
Nunca foi de recuar
Mesmo vindo do além
Nada a ela convém
Nem as flores de açucenas
A morte surge nas cenas
Dos filmes que a vida tem




 


domingo, 26 de abril de 2020

                                                    MOTE: Se o boi manso falasse ele dizia
                                                          Quando dói a chibata do carreiro
                                                          ESCREVEU: Davi Calisto Neto

O boi manso é tratado com desprezo
Seu trabalho não é remunerado
No serviço do carro ou do arado
Ele é destinado a levar peso
No trabalho pesado é indefeso
Mesmo sendo um serviço costumeiro
Seu lazer é viver no tabuleiro
Numa vida que não tem regalia
Se boi manso falasse ele dizia
Quando dói a chibata do carreiro

Quando o carro no boi é atrelado
Com a canga montada em seu pescoço
O ferrão que lhe fura o couro grosso
Pelo o dono o boi é avisado
Quando o som do cocão é entuado
Que o boi vai seguindo o seu roteiro
Sem ter como cobrar o financeiro
No trabalho que faz no dia A dia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro

Se o boi manso falasse ia dizer
Essa canga está me machucando
Esse peso que eu estou levando
Com certeza você sente prazer
Eu lhe peço não deixe eu sofrer
Que eu sempre supri o seu seleiro
Trabalhando eu fui o seu parceiro
Não me venda, não faça covardia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro.

O boi manso escrevo do seu dono
No trabalho forçado do roçado 
Quando é velho ele fica descartado 
Vive o resto da vida no abandono 
O boi manso devia ter o trono 
Por do homem ser sempre um companheiro 
Exercendo um trabalho de guerreiro 
O seu dono apoiá-lo deveria 
Se o boi manso falasse ele dizia 
Quando dói a chibata do carreiro 

Apesar do boi manso ser cativo
O seu dono devia protegê-lo
Depois de ficar velho não vendê-lo 
Não usar de espírito primitivo 
Descartá-lo sem ter nenhum motivo 
É do dono um gesto de grosseiro 
Quem viveu sua vida em cativeiro
Sem jamais ter direito a mordomia 
Se o boi manso falasse ele dizia 
Quanto dói a chibata do carreiro  

                                                      MOTE:  Hoje colho amargo fruto
                                                                   Que no passado plantei
                                                               ESCREVEU: Davi Calisto Neto

Nos tempos da mocidade                                         
Eu bebi fui explosivo
Hoje me sinto cativo
Perdi minha liberdade
Sofro de ansiedade
Devido o que eu pratiquei
Se fui feliz eu não sei
Por ter sido absoluto
Hoje colho amargo fruto
Que no passado plantei

Perdi as noites de sono
Em busca de bacanais
Fui parar nos hospitais
Hoje vivo no abandono
O meu passado eu detono
Por eu saber que errei
O futuro que imaginei
Não me deu nenhum desfruto
Hoje colho amargo fruto
Que no passado plantei

Você vive do que planta
Está na Bíblia sagrada
Se você não planta nada
Faltará almoço e janta
Nem toda colheita é santa
Foi isso que observei
Quem colhe fora da lei
É maligno esse produto
Hoje colho amargo fruto
Que no passado plantei

Para se colher o bem
Tem que regar a semente
Pois o homem inteligente
Nunca faz mal a ninguém
Porque o mal sempre vem
Para o vassalo e pro Rei
Quem faz o mal eu notei
Não tem direito a induto
Hoje colho amargo fruto
Que no passado plantei

Plantei para que eu colhesse
Coisas boas no futuro
E me sentisse seguro
Quando eu envelhecesse
Pra que eu não padecesse
No que eu me dediquei
As lágrimas que eu chorei
Não fosse lágrimas de luto
Hoje colho amargo fruto
Que no passado plantei

Mote: El Gorrión
Escreveu: Davi Calisto



terça-feira, 17 de março de 2020


                                         Mote: Toda criança merece/Ser tratada com amor
                                                         Escreveu: Davi Calisto Neto.

Devido a sua inocência
A criança é vulnerável
Toda criança é amável
Pela sua aquiescência
Pra ela eu peço clemência
E a proteção do Senhor
Não despreze o seu valor
Ela a ninguém desmerece
Toda criança merece
Ser tratado com amor

Por Cristo ela foi amada
E ao dele se aproximar
Ele disse deixe estar
Que a criança é consagrada
Ela foi abençoada
Pelo nosso Redentor
Quem como uma criança for
Sua salvação acontece
Toda criança merece
Ser tratada com amor

O seu semblante risonho
Que nunca nos causa espanto
A criança é um encanto
De fantasia e de sonho
Na minha alegria eu ponho
A glória do genitor
Que ao se sentir gerador
Seu coração enaltece
Toda criança merece
Ser tratada com amor

Quem maltrata uma criança
Deveria ser punida
E também ser proibida
De contrair aliança
Precisava ter cobrança
De Juiz e Promotor
Pois a esse transgressor
O meu rancor permanece
Toda criança merece
Ser tratada com amor

A criança é divina
Desde da sua criação
Ele sempre tem razão
A lei é quem determina
A criança me fascina
Porque ela tem pudor
Esse ser transformador
A todo mundo enaltece
Toda criança merece
Ser tratada com amor
                                                                        Mote: Silvano Lyra
                                                Das três peneiras da vida/Versei sobre a da verdade
                                                               Escreveu: Davi Calisto Neto

Está na Bíblia Sagrada
Que a verdade é quem revela
A mentira trás sequela
Por Deus ela é condenada
Depois de ser divulgada
Provoca adversidade
Cessa a sua liberdade
Deixa o homem sem saída
Das três peneiras da vida
Versei sobre a da verdade

Ao escolher a mentira
O homem perde o valor
Mesmo sendo um defensor
Quem mente também conspira
Quem a verdade admira
Usa de honestidade
Não pratica falsidade
Nem dar passada perdida
Das três peneiras da vida
Versei sobre a da verdade

Fugindo para o Egito
Por Herodes perseguida
Procurava uma saída
Conforme está escrito
José se sentia aflito
Por ver a realidade
Usando a sinceridade
Tendo Cristo às escondida
Das três peneiras da vida
Versei sobre a da verdade

Madalena a ser julgada
Não omitiu a verdade
Cristo lhe deu liberdade
Ela não foi condenada
Mas ela foi avisada
Para ter veracidade
Na sua cumplicidade
A lei seria cumprida
Das três peneiras da vida
Versei sobre a da verdade

Foi Dimas o bom ladrão
Ao está na cruz pregado
Confessou o seu pecado
E a Cristo pediu perdão
Diante a sua aflição
Cristo viu seriedade
Gesto não teve humildade
Nem na hora da partida
Das três peneira da vida
Versei pela a da verdade

José preferiu ser preso
Mas falou a verdade
Ele usou de lealdade
Mesmo estando indefeso
Preferiu levar o peso
Há usar de falsidade
Defendeu a castidade
Que por ele era mantida
Das três peneiras da vida
Versei pela a da verdade

domingo, 8 de março de 2020



Fico refletindo os sonhos
Que a noite tive na cama
Meus desejos como chama
Me traz anseios risonhos
Meus pesadelos tristonhos
Provocam desilusões
Controlando as emoções
Da minha alma que chora
Enquanto vejo a aurora
Fico caçando ilusões

Por uma razão de ser
Vou buscando afirmação
Vivendo de ilusão
Tentando sobreviver
Sem controlar meu querer
Com as minhas relações
Alimento as previsões
Mesmo se alguém ignora
Enquanto vejo a aurora
Fico caçando ilusões

O crepúsculo me entristece
A aurora me faz rir
A mente manda eu seguir
O corpo não obedece
Somente o desejo cresce
Com minhas convicções
As minhas lamentações
São dos fracassos de outrora
Enquanto vejo a aurora
Fico caçando ilusões

Sem saber meu paradeiro
Sem lenço e sem documento
Sou levado pelo vento
Que me fez aventureiro
Sem patrimônio, sem dinheiro
Por isso sem condições
Indo em busca das razões
Pra ver se a vida melhora
Enquanto vejo a aurora
Fico caçando ilusões

Enquanto a vida esperança
É nisso que eu acredito
Meu desejo é infinito
Esperar por Deus não cansa
Todo dia a vida avança
Nas suas competições
Fazendo as transformações
A cada minuto e hora
Enquanto vejo a aurora
Fico caçando ilusões

Mote: Zé Bezerra
Escreveu: Davi Calisto
                                   Mote: Vejo o presente assustado/Com as sombras do futuro
                                                                  Escreveu: Davi Calisto.

Presente de violência
Futuro de incerteza
Passado sem ter pureza
Lembranças sem ter essência
Recordações sem clemência
De um viver prematuro
Um conviver inseguro
Pelo regime alterado
Vejo o presente assustado
Com as sombras do futuro

Um mundo sem igualdade
De um povo sem coração
Desprezo a religião
Falta de humanidade
Ninguém tem mais caridade
Não se sente mais seguro
Está em cima do muro
Sem ter opção de lado
Vejo o presente assustado
Com as sombras do futuro

Vejo um País sem comando
Uns políticos corrompidos
Com mais de trinta partidos
Vejo o mal se afirmando
Vejo os mais fracos rogando
Pra não morrer prematuro
Sinto que estou no escuro
Por isso estou perturbado
Vejo o presente assustado
Com as sombras do futuro

Sinto que a sociedade
Hoje se encontra sem rumo
Dependente do consumo
Adepta da vaidade
Em busca da liberdade
Os jovens sem está maduro
Um presidente inseguro
Pelo que tem praticado
Vejo o presente assustado
Com as sombras do futuro

Uma Nação que afronta
Ao Cristo de Nazaré
Esta Nação está fadada
A não permanecer de pé
Ninguém tem temor a Deus
Uma Nação de ateus
Só em busca do profano
Sem seguir uma doutrina
Tendo uma mente assassina
Sem respeito ao soberano


Tão cometendo um engano
Quando a Cristo insulta
Com muitos dos governantes
Com desvios de conduta
Apoiando o vandalismo
Deixando o Cristianismo
Povo sem religião
O sexo banalizado
E Cristo sendo execrado
Como se fosse um vilão


Haverá a punição
Para quem isso promove
Quem afronta o nosso Deus
E com o seu poder se envolve
Todos que lhe confrontaram
E a ele reprovaram
Foi por ele castigado
O Brasil está perdido
O seu povo pervertido
Mergulhado no pecado


Esse Cristo criticado
Pelas afrontas mundanas
Haverá de ressurgir
Destruindo as caravanas
Quem zombou de seu poder
Não irá sobreviver
Para ficar na história
Seu poder é infinito
Nesse Cristo eu acredito
Só ele é dono da glória

Ele obterá vitória 
Porque só ele é o Rei
Quem zomba de Jesus Cristo 
Sem tem juízo eu não sei
Ele é o Salvador
É o simbolo do amor 
Só nele está a verdade 
Precisa ser respeitado  
Quem não está do seu lado
Não terá felicidade   


Escreveu: Davi Calisto

                                                         O Ancião e o Malassobro:
                                                             Poeta: Desconhecido.

 Um certo dia um idoso
Vagando pela estrada
Encontrou pra seu repouso
Uma casa abandonada
Uma porta semiaberta
Que alguém deixou na certa
Por medo de assombração
Dava constantes rangidos
Se comparando a gemidos
Dentro dessa habitação

Sentou na velha calçada
Para descansar os pés
Viu numa data gravada
Mil novecentos e dez
A data coincidia
Com os tempos que vivia
Dias felizes e risonhos
Lembrou-se do destino errante
Vi que o tempo é um gigante
Que se alimenta de sonhos

Aquilo fez que ele visse
Quanta contrariedade
A dos tempos da velhice
Pra os tempos da mocidade
Enquanto na juventude
Se goza boa saúde
Amizade e atenção
Quando a velhice aparece
Tudo que mais se conhece
É desprezo e solidão

Ficou ali meditando
Enquanto a tarde passou
Sentiu o clima mudando
Assim que á noite chegou
Diminuiu o mormaço
Foi aumentando o cansaço
No seu corpo decadente
Acho até que o vento frio
Trazia aquele vazio
Que a solidão dar na gente

E o idoso entrou na casa
Em meio a escuridão
Ouviu algo bater asa
Lá pro lado do oitão
Então um galo contou
A brisa fria soprou
De novo a porta rangiu
Em meio aquele rangido
Bem perto de seu ouvido
Alguém deu um assoviu

Virou-se, mas não viu nada.
Se arrepiou por inteiro
Olhou até na calçada
Se havia alguém no terreiro
Mas enquanto procurava
Notou que não se tratava
De alguém desse nosso plano
E o idoso disse bem
Já não falta mais ninguém
Zombar de meu desengano

Fui desprezado dos meus
Sempre procurei o bem
Quem pode mais do que Deus?
Uma voz disse ninguém
Sou somente um malassombro
Que trago sobre meu ombro
O pecado da avareza
Tanta inocência minha
Passei a vida todinha
Correndo atrás de riqueza

Sou preso a esse ambiente
Por causa de meu tesouro
Esperando algum vivente
Que se interesse por ouro
Devo doar ouro e cobre
De preferência a um pobre
Rico de humanidade
Pra usar da melhor forma
Que quase ninguém transforma
Dinheiro em felicidade

Disse assim o ancião
Pobre alma tão sombria
Dai esse tesouro a mim
Pra ver se tenho alegria
Quando a velhice chegou
Meu povo me abandonou
Então vagueio sozinho
Por aí feito um estranho
Só eu conheço o tamanho
Das pedras do meu caminho

A solidão me consome
Não sei com que me assemelho
Ninguém lembra mais meu nome
Todos me chamam de velho
Eu me pergunto calado
Se o que eu fui no passado
Não tem mais nenhum valor
Se tudo só presta novo
O que será desse povo
Sem respeito e sem amor

Pra que um sonho de glória
Vivido na juventude
Correndo atrás de vitória
Abrindo mão da saúde
Pra que criar um legado
Em busca de um resultado
De tantos tempos de luta
Pra cair na decadência
Pra que tanta experiência
Se ninguém mais me escuta

Ancião minha riqueza
Não curou teus desenganos
Tu partilhas da tristeza
Da maldade dos humanos
Que se esqueceram de Deus
E tratam comumente os seus
Como lixo na estrada
Desprezado e ocioso
E como se um idoso
Não servisse mais pra nada

Prossiga no seu caminho
Der a vida algum motivo
Te vejo ó meu velhinho
Como um malassombro vivo
O tempo é como uma fera
Quem faz o mal nunca espera
Como é que o futuro vem
Não te reclamas só reza
O povo que te despreza
Serão idosos também

Ouvindo tudo calado
Aquele pobre ancião
Sentiu que estava fadado
A morrer na solidão
Com um aperto no peito
Lembrando o que tinha feito
Na sua época passada
Retornou o seu caminho
E nunca mais viu-se o velhinho
Na casa velha da estrada