AS MAZELAS DA SECA NO SERTÃO.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
Ó seca tu és cruel
Perversa e até assassina
As tragédias do sertão
Você é quem determina
Gado morrendo de fome
Do açude a água some
A lama fica rachada
Os peixes morrem sem água
Sobra sofrimento e mágoa
Numa casa sem ter nada
Por que esse meu sertão
É por você perseguida?
Para trazer desalento
De uma forma sofrida
Sem comer os animais
Seca os mananciais
A serra fica cinzenta
O sertanejo sofrido
Tristonho e desiludido
A sua enxada aposenta
Você tem marcado história
No sertão onde eu nasci
Os meus avós já contavam
Em muitos livros que li
Relatos de sofrimentos
Bem antes dos aposentos
Desse homem nordestino
Sem querer dizer o nome
Velho morria de fome
Quando eu era menino
Ó seca o seu legado
É de sofrimento e dor
Você é quem traz desânimo
Para o homem agricultor
Devasta a vegetação
Faz o homem do sertão
Vir embora pra cidade
Pra ver se a fome alivia
Vem morar na periferia
Onde não tem liberdade
Ó seca és implacável
Do meu sertão não tem pena
Você quem protagoniza
Do sertão a triste cena
O rebanho dizimado
Sem ter comer para o gado
Fica o sertão deserto
O sertanejo sem dono
Sofrendo no abandono
Chora quem passar por
perto
Um fenômeno natural
Que afeta meu sertão
Um pretexto pra os
políticos
Que fazem corrupção
Usam a seca como esquema
Sem resolver o problema
Que a séculos se arrasta
O sertanejo enganado
Pelos políticos lesado
Que do problema se afasta
Quem no sertão hoje passa
Só ver a desolação
Os açudes todos secos
Morreu a vegetação
Mais de uma casa vazia
Onde era a moradia
Do homem agricultor
Sem chover para plantar
Não teve como ficar
Morando no interior
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