MOTE EM SETESSÍLABAS:
SOU PRA QUEM ME DESAFIA/OSSO DURO DE ROER
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
Sou miolo de aroeira
Que o cupim não consome
Sou a ganância da fome
Sou cadáver a caveira
Sou água na cachoeira
Quando começa a descer
Sou volúpia do prazer
Pra quem me faz companhia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou a bravura do mar
A coragem do leão
Sou o vento furacão
Quando começa a soprar
Sou a ira de matar
Quando ninguém quer morrer
Veredito do saber
De quem tem filosofia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou lua do mês de agosto
O frio do mês de maio
Sou o ferrão do lacraio
Que tem veneno composto
A solidão do sol posto
No poete a se esconder
Para de manhã nascer
Nos trazendo um novo dia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou o cedro sombreado
Nascido dentro do baixio
A correnteza do rio
Levando o galho quebrado
Sou o salto do veado
Quando começa a correr
Que para se defender
Correndo tem garantia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou o pai da medicina
Matando o vírus da Zica
Sou milho que faz canjica
Com a sua massa fina
Sou a mulher nordestina
Acostumada a sofrer
Que para sobreviver
Não sabe o que regalia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou o homem apaixonado
Que não é correspondido
Sou da bomba o estampido
Deixando tudo arrasado
Um Talibã revoltado
Fazendo o mundo tremer
Sem querer retroceder
De usar sua magia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Para poeta amador
Eu sou chibata de couro
Sou a bravura do touro
Quando quer ser agressor
Eu também sou delator
De quem não sabe escrever
Poeta pra me vencer
Outro planeta não cria
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Tem muitos me imitando
Mesmo sem ter o meu
talento
Hoje eu sou cem por cento
Do que estou fabricando
Mas vejo de vez em quando
Alguns tentando crescer
Mas terá que aprender
Com a minha maestria
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou Nero na Roma Antiga
Com sua perversidade
Sou a força de vontade
Sou do cansado a fadiga
Do inimigo a intriga
Que o faz o ódio crescer
E para não perecer
Tem que usar de covardia
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
Sou Pirâmides do Egito
Com múmias embalsamadas
Sou de Rodão as jornadas
De Ferrabrás o limite
Sou do céu meteorito
Quando começa descer
Que para se desfazer
Na atmosfera esfria
Sou pra quem me desafia
Osso duro de roer
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