VERSOS EM SETE LINHAS, “O SER VELHO”
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
Estou tentando superar
O que o tempo fez comigo
Levou minha mocidade
Me colocou de castigo
Sem poder retroceder
Aí foi que eu pude ver
Que o tempo é nosso
inimigo
Minha opção é um abrigo
Quando ninguém me quiser
Desprezado por parentes
Sem prestar mais pra
mulher
É assim que a vida finda
Mesmo uma existência linda
O seu fim é um mister
Morrer novo ninguém quer
Quem vive é inevitável
Passar por esse processo
De tornasse insuportável
Pela família cuidado
Se não fosse aposentado
Hoje velho era descartável
Pois isso é lamentável
Mas infelizmente é assim
Quando o homem fica inútil
Tudo na vida é ruim
Quase todos é desprezado
E se não fosse aposentado
Era mais triste o seu fim
Mocidade é um jardim
Com muitas flores floridas
A velhice é a caatinga
Com as folhas ressequidas
Cheia de fragilidades
Podadas de liberdades
Pelos anos destruídas
Pelo vento sacudidas
Varrendo a face do chão
É assim que leva a vida
De quem se torna ancião
Sentado numa cadeira
Tudo que fala é asneira
Ninguém lhe dá atenção
É assim o ancião
No fim de sua existência
Ninguém ver o que ele fez
Quando tinha resistência
Passa viver como intruso
Os mais jovens tem abuso
Pela sua permanência
O ser velho é decadência
Que o tempo lhe propôs
Cobrando do seu passado
O que a juventude impôs
Sem futuro garantido
Passa a viver iludido
Do que possa vir
depois
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