Eu vou pedir pra chover
Pra sertão ficar bonito
A cigarra se calar
O carão soltar seu grito
O céu ficar encoberto
E o nevoeiro mais perto
Do horizonte esquisito
Ao longe no infinito
O céu emendar na serra
A babugem ao nascer
Empurrar beiju da terra
A noite ser mais escura
E no vôo da tanajura
A sua vida ela encerra
No chiqueiro o bode berra
Com medo da trovoada
As tardes ficam mais
quentes
E a madrugada gelada
Sem ser ave de rapina
É o canto do campina
Que desperta a passarada
Na forquilha da latada
Um galo o dia anuncia
A noite que foi chuvosa
Vai deixando a brisa fria
O sol branco é quem
desponta
E o sertanejo se apronta
Pra viver um novo dia
Lá no riacho uma jia
Canta de felicidade
Boiando na correnteza
O sapo tem liberdade
Com o seu corpo estendido
Se desloca sem sentido
Sem muita velocidade
Nesse cenário é verdade
A natureza se veste
A caatinga fica verde
O planalto vira agreste
Nessa mudança de clima
O sertanejo se anima
Por ser filho do nordeste
Ninguém ver falar de peste
A fome desaparece
Até do bolsa família
O sertanejo se esquece
O sertão vira um pomar
Tudo que se planta dar
E o sertanejo agradece
O barro seco amolece
O baixio fica alagado
O facão de cortar palma
Vai ficar enferrujado
A pastagem se levanta
E as folhas verdes da
planta
É quem alimenta o gado
O sertanejo ocupado
Sem ter tempo pra perder
Cuidando da plantação
Limpando pela crescer
Mesmo sem ter condição
Engrossa o couro da mão
Mas isso lhe dar
prazer
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
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