Quando dói a chibata do carreiro
ESCREVEU: Davi Calisto Neto
O boi manso é tratado com desprezo
Seu trabalho não é remunerado
No serviço do carro ou do arado
Ele é destinado a levar peso
No trabalho pesado é indefeso
Mesmo sendo um serviço costumeiro
Seu lazer é viver no tabuleiro
Numa vida que não tem regalia
Se boi manso falasse ele dizia
Quando dói a chibata do carreiro
Seu trabalho não é remunerado
No serviço do carro ou do arado
Ele é destinado a levar peso
No trabalho pesado é indefeso
Mesmo sendo um serviço costumeiro
Seu lazer é viver no tabuleiro
Numa vida que não tem regalia
Se boi manso falasse ele dizia
Quando dói a chibata do carreiro
Quando o carro no boi é atrelado
Com a canga montada em seu pescoço
O ferrão que lhe fura o couro grosso
Pelo o dono o boi é avisado
Quando o som do cocão é entuado
Que o boi vai seguindo o seu roteiro
Sem ter como cobrar o financeiro
No trabalho que faz no dia A dia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro
Com a canga montada em seu pescoço
O ferrão que lhe fura o couro grosso
Pelo o dono o boi é avisado
Quando o som do cocão é entuado
Que o boi vai seguindo o seu roteiro
Sem ter como cobrar o financeiro
No trabalho que faz no dia A dia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro
Se o boi manso falasse ia dizer
Essa canga está me machucando
Esse peso que eu estou levando
Com certeza você sente prazer
Eu lhe peço não deixe eu sofrer
Que eu sempre supri o seu seleiro
Trabalhando eu fui o seu parceiro
Não me venda, não faça covardia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro.
Essa canga está me machucando
Esse peso que eu estou levando
Com certeza você sente prazer
Eu lhe peço não deixe eu sofrer
Que eu sempre supri o seu seleiro
Trabalhando eu fui o seu parceiro
Não me venda, não faça covardia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro.
O boi manso escrevo do seu dono
No trabalho forçado do roçado
Quando é velho ele fica descartado
Vive o resto da vida no abandono
O boi manso devia ter o trono
Por do homem ser sempre um companheiro
Exercendo um trabalho de guerreiro
O seu dono apoiá-lo deveria
Se o boi manso falasse ele dizia
Quando dói a chibata do carreiro
Apesar do boi manso ser cativo
O seu dono devia protegê-lo
Depois de ficar velho não vendê-lo
Não usar de espírito primitivo
Descartá-lo sem ter nenhum motivo
É do dono um gesto de grosseiro
Quem viveu sua vida em cativeiro
Sem jamais ter direito a mordomia
Se o boi manso falasse ele dizia
Quanto dói a chibata do carreiro