quinta-feira, 24 de agosto de 2017


                                      MOTE: DE SILVANO LYRA
                                      ME ORGULHO DE SER MATUTO/DO MEU TORRÃO NORDESTINO
                                      ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

É pobre o meu linguajar
Sem metáforas e sem sinônimos
Eu sou mais um dos anônimos
Que não pude estudar
Mas aprendi aboiar
Quando eu era menino
Hoje sou um beduíno
Da liberdade eu desfruto
Me orgulho de ser matuto
Do meu torrão nordestino

Minha calça uma perneira
Minha camisa um gibão
Meu calçado um butinão
Minha arma uma peixeira
Meu sofá uma cadeira
O meu herói Virgulino
O meu horóscopo o destino
O nordeste o meu reduto
Me orgulho de ser matuto
Do meu torrão nordestino

Minha casa uma choupana
A diversão vaquejada
Meu alpendre uma latada
Minha paixão uma serrana
A minha bebida é cana
Minha crença é no Divino
Sou romeiro Peregrino
Desconfiado e astuto
Me orgulho de ser matuto
Do meu torrão nordestino

Minha comida é feijão
E pirão de mocotó
A minha música é forró
Xote, xaxado e baião.
Meu santo é Frei Damião
Que nunca foi clandestino
Meu artesão Marcolino
De valor absoluto
Me orgulho de ser matuto
Do meu torrão nordestino

Cordel é minha cultura
Gosto de carne de bode
Um cabelo do bigode
Eu uso como escritura
O meu doce é rapadura
Que faz bem ao intestino
O meu pai é Severino
A quem respeito e escuto
Me orgulho de ser matuto
Do meu torrão nordestino








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