TRISTEZA DE UM FAZENDEIRO
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
ANTÔNIO MARTINS-RN, 24/09/2016
Vendi meu touro Nelore
A tristeza me consome
Por ele ser bem alvinho
Bramante era o seu nome
Com meu coração doído
Achei melhor ter vendido
Do que ver morrer de fome
Quando eu chamava o seu
nome
Ele vinha me encontrar
Pra que eu o alisasse
Sem de nada suspeitar
Sem saber do seu destino
Que o marchante assassino
Só pensava em lhe matar
Eu não podia ficar
Porque faltava ração
E vê-lo passando fome
Doía o meu coração
Sem ter nada pra fazer
Me obriguei a vender
Por causa da sequidão
Não tive satisfação
De receber seu dinheiro
Queria vê-lo no pasto
Com o seu andar faceiro
A seca fez o desgasto
Acabou-se todo pasto
Também secou o barreiro
Até mesmo o juazeiro
A sua folha secou
As que caíram no chão
O gado se alimentou
Sem mais nenhuma opção
As que ficaram no chão
Passou o vento e levou
A tristeza que eu estou
Eu não quero dividir
Mas o sertão que eu nasci
Alguém tem que acudir
Sem água do São Francisco
Sertanejo corre risco
Sertão pode sucumbir
Eu vou ficar por aqui
Mesmo com todo esforço
Enquanto a minha vaquinha
Tiver o couro e osso
Sem ter forças pra andar
E só puder carregar
O chocalho no pescoço
Estou publicando no meu Facebook estas belas poesias. Parabéns. https://www.facebook.com/luishipolitoblogger
ResponderExcluir