AS BENESSES DAS CHUVAS NO SERTÃO
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
ANTÔNIO MARTINS-RN, 22/11/2016
Senti o cheiro da chuva
Mas aqui ela não chegou
As nuvens que tinha no céu
Soprou o vento e levou
Eu fiquei desiludido
Por aqui não ter chovido
E nem se quer serenou
Será que o tempo mudou
E vai chover no sertão
O El Niño foi embora
Pra nossa satisfação
Esse fenômeno maldito
Deixou o sertão aflito
Por não ter mais produção
La Niña com outra ação
Vai nos trazer alegria
No Nordeste vai chover
Pra o campo ter regalia
O rio descer com enchente
Ver o sertanejo contente
Quando amanhecer o dia
O peixe na água fria
Nadar fazendo zuada
Onde o rio faz remanso
Fazer sua desovada
A mata mudar de terno
Porque chegou o inverno
Se alegra a passarada
Uma bezerra atolada
Lá na lama do curral
Um touro escava o chão
O rouxinol no quintal
Canta para agradecer
Não reza por não saber
Por ser um pássaro afinal
Lá dentro do matagal
Uma nambu se peneira
A cobra que venenosa
A sua vítima ela espera
Sem ter chance de defesa
Com seu veneno na presa
Que mata e que dilacera
Sem chover nada prospera
O sertão ficou deserto
Os pássaros morrem de cede
Chora quem passar por
perto
A chuva traz a bonança
E renova a esperança
De um sertanejo liberto
Chovendo tudo dar certo
Com a fauna e com a flora
Os animais matam a fome
A tristeza vai embora
A mata muda de cor
Em cada ramo uma flor
Onde o beija-flor explora
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