quarta-feira, 26 de outubro de 2016

                             MOTE: SILVANO LYRA
                            TEM GOTEJOS DE SAUDADE 
                            PINGANDO EM MEU CORAÇÃO
                           ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.                                          

Do meu tempo de criança
Sempre vivo me lembrando
Onde eu vivia brincando
Hoje só resta lembrança
Eu perdi a esperança
Não sinto mais emoção
Vivo de recordação
Do tempo da mocidade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração

Sou um farrapo de gente
Que o presente me castiga
Hoje eu só sinto fadiga
O meu passado é recente
As lembranças em minha mente
Só me traz perturbação
Na minha desilusão
Sofro com a realidade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração

O tempo passou depressa
Sem se quer eu perceber
Hoje eu aprendi a ver
Que eu estou cansado a bessa
Não acredito em promessa
De sofrer transformação
Só o tempo tem razão
Isso é a pura verdade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração

Saudade é um sentimento
Que quem vive sempre sente
Ela sempre está presente
Pra nos causar sofrimento
As vezes causa tormento
Provoca até depressão
Chega fazendo arrastão
Levando a felicidade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração

Quem nunca sentiu saudade
Pode se apresentar
Que eu quero cumprimentar
E lhe dizer a verdade
Que ele não tem bondade
Na sua imaginação
Nunca sentiu emoção
E nem teve ansiedade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração

Esse sentimento nobre
Só tem quem ama e quer bem
Ninguém sabe de onde vem
Por isso não se descobre
Afeta o rico e o pobre
Sem nenhuma distinção
É danosa a sua ação
De ninguém tem caridade
Tem gotejos de saudade
Pingando em meu coração  


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A CASA ONDE EU FUI NASCIDO
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.
ANTÔNIO MARTINS- RN, 05/10/2016

A casa onde fui nascido
Pelos os anos desbotada
As suas paredes sujas
Foi pelo o tempo marcada
Resta somente a lembrança
Do meu tempo de criança
Na minha mente gravada 

Bem na margem da estrada
Onde ela foi construída
Avistei suas calçadas
Porta da frente caída
O terraço onde eu brinquei
O lugar onde eu me sentei
No meu início de vida

Todas soleiras comidas
Que o cupim devorou
O lugar onde eu dormia
O armador se arrancou
A mesa onde eu almoçava
O banco onde pai deitava
Só com uma perna ficou

O meu espírito chorou
Vendo a destruição
O quarto onde papai
Guardava o seu algodão
Um moinho enferrujado
Entre os destroços jogado
Vi uma mão de pilão

Ali fiz reflexão
De um passado de alegria
Uma mesa pequeninha
Onde mamãe escrevia
De sujeira quase preta
Achei na sua gaveta
Mais de uma fotografia

A poeira que cobria
Não me deixou revelar
Mas depois de algum tempo
Que eu comecei a limpar
Com a consciência sã
Vi que era da minha irmã
E comecei a chorar

 Deus tinha vindo buscar
 Ela em plena juventude  
 Só tinha vinte e dois anos
 Cheia de amor e virtude
 A febre foi quem matou
 A morte veio e levou
 Ela em sua plenitude

Resolvi ter atitude
Me afastei do lugar
Dizendo para mim mesmo
Nunca mais venho visitar
A casa onde eu fui nascido
Vou deletar do sentido
Pra nunca mais me lembrar

Me afastei sem chorar
Com o coração doido
Meu passado de alegria
Eu vi ali destruído
Com o peso nos meus ombros
Deixei ali os escombros
Tristonho e desiludido  

Não fiquei arrependido
Por ter feito esta visita 
Mas por dentro eu chorei
Com tanta coisa esquisita 
Entre fatos e alternância 
Ali vivi minha infância 
Minha fase mais bonita