sexta-feira, 6 de maio de 2016

"MOTE: RECONHEÇO O RETRATO DA SAUDADE/NA PAREDE DA MINHA SOLIDÃO"

Muitas fotos expostas na parede
Relembrando um passado de alegria
E a foto mais velha eu sabia
Da história contar o seu enredo
O meu tio chamado de Alfredo
Que a mim ele tinha atenção
A tristeza invadiu meu coração
Relembrei desse tio a mocidade
Reconheço o retrato da saudade
Na parede da minha solidão

Quantos rostos ali tinham estampados
Muitos deles já tinham falecido
E o som da saudade em meu ouvido
Me falava de dias já passados
Muitos sonhos sem ser realizados
Que o tempo mostrava essa razão
Muitos jovens e também um ancião
Que outrora ainda tinha liberdade
Reconheço o retrato da saudade
Na parede da minha solidão

A parede ali acinzentada
Testemunha de muitas fantasias
Ninguém sabe somar a quantos dias
Cada foto que estava ali pregada
Algumas delas já estava rasgada
Que o tempo perverso em sua ação
Fez com que só restasse solidão
De um passado de pura vaidade
Reconheço o retrato da saudade
Na parede da minha solidão

Ao erguer os meus olhos para cima
Eu fitei com saudade aquela imagem
Seu semblante passava uma mensagem
Desse homem que eu tinha grande estima
Do seu lado estava minha prima
Que a mim me deixou recordação
Meu avô sustentava a sua mão
Como gesto de amor e caridade
Reconheço o retrato da saudade
Na parede da minha solidão

A parede servindo de painel
Para expor as lembranças do passado
Cada rosto ali era lembrado
Como fosse a conquista de um troféu
Como a vida parece um carrossel
Que a gente não tem muita opção
Uma hora em cima outra no chão
Demonstrando da vida essa verdade
Reconheço o retrato da saudade
Na parede da minha solidão

Mote: José Fonseca de Queiroz
Escreveu: Davi Calisto


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