terça-feira, 29 de setembro de 2015

"O BOM DE SER AVÔ"

TERCEIRA IDADE
O BOM DE SER AVÔ
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.


Esses meus cabelos brancos
Que o tempo foi quem pintou
Não pretendo usar tinta
Pra mudar a sua cor
O tempo é quem determina
Se eu perdi a melanina
Ele é quem determinou

Meu rosto modificou
Os meus cabelos caíram
O tempo me transformou
Os dias alegres fugiram
Estou vivendo a mesmice
Vendo de perto a velhice
Que os anos me atribuíram

Muitos que a mim mentiram
E esconderam a verdade
Com elogios forjados
Gavando a terceira idade
Não me engane por favor
Essa é a idade da dor
E de pouca agilidade

Mesmo sem enfermidades
Dói a perna e dói o braço
Com qualquer esforço físico
A gente sente cansaço
Quem encara a realidade
Sabe que a terceira idade
Ela só nos traz fracasso

Começa perder espaço
Precisa de um condutor
O bom da terceira idade
É somente ser Avô
Com os nossos netos do lado
Pra se dedicar amor

Aí consiste o valor
Do homem envelhecer
Porque para ser Avô
Ele precisa viver
Com essa necessidade
Chegar a terceira idade
Já está sendo um prazer


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

"O VALOR DO CAMPO"

O VALOR DO CAMPO:
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO


Se a cidade entendesse
Quanto o campo tem valor
Não desprezava o trabalho
Do homem agricultor
Sem o campo ninguém come
Todos morriam de fome
Até mesmo o Senador

Desde o mendigo ao doutor
Precisam se alimentar
A indústria é importante
Mas não pode fabricar
Não produz milho nem feijão
Porque sua produção
Não serve pra alimentar

A indústria faz gerar
Avanço e tecnologia
Mas não produz alimento
Isso é o campo quem cria
Mesmo com evolução
A terra é quem produz o pão
Pra comer no dia, a dia.

A indústria tudo cria
Faz com muita perfeição
Mas não consegue fazer
Um caroço de feijão
Tudo é Deus quem determina
Se ela fizer não germina
Nem serve de alimentação

É essa a constatação
Que o campo é importante
Mas o homem agricultor
Apenas é coadjuvante
No espetáculo da vida
Sua cena é esquecida
Mesmo ela sendo brilhante

Tem que ser determinante
Sua participação
No cenário nacional
Ele faz a divisão
Se o campo não produzir
A cidade vai sumir
Morrer por inanição

Saúde e educação
Tem que ser prioridade
Mas nenhuma profissão
Terá sustentabilidade
O povo precisa crer
Ninguém vive sem comer
Essa é a grande verdade

Eu peço por caridade
Pra agricultor proteção
E que Deus tenha piedade
Faça chover no sertão
Sem a proteção do Divino
Nosso homem nordestino
Vai entrar em extinção
  


domingo, 20 de setembro de 2015

"BICUDO NO ALGODÃO"

VERSOS EM SETE LINHAS, FALANDO SOBRE A EXTINÇÃO DO ALGODÃO NO SERTÃO NORDESTINO.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.


Antigamente o sertão
De tudo tinha fartura
Tinha algodão pra vender
Tinha cana pra rapadura
Não chove mais no sertão
Esta é a constatação
Da atual conjuntura

Hoje só se ver amargura
Desse homem nordestino
Não se produz algodão
Por um viés do destino
O sertão ficou sisudo
Com a chegada do bicudo
Esse besouro assassino

Passou a ser beduíno
Esse homem do sertão
Recebendo do Governo
Uma pequena prestação
Sem chover para plantar
Precisando mendigar
Para ter direito ao pão

No tempo do algodão
O homem era pioneiro
Não precisava de esmolas
Para ter o seu dinheiro
Vivia de seu trabalho
Sem precisar quebra galho
Fosse casado ou solteiro

Agricultor companheiro
Não vamos ter desenganos
Vamos esperar que o inverno
Não passe mais de dez anos
Que é para chover de novo
Só assim o nosso povo
Possam controlar seus planos

Virou deserto Africano
A minha terra o sertão
O rebanho dizimado
Sem ninguém ver solução
Sem ter muito o que fazer
Só resta o homem sofrer
Com essa situação

Não se tem mais algodão
Para o dinheiro da feira
O povo desocupado
Estão fazendo fileira
Agricultor sem cobiça
Alimentando a preguiça
Na sua família inteira

O jargão de companheiro
Criado pelo o PT
Fez com que o sertanejo
Não quisesse mais crescer
Com isso o homem se isola
Esperando uma esmola
Pra poder sobreviver







terça-feira, 8 de setembro de 2015

"AS CORES DE MINHA VIDA"

MOTE: TODO DIA MUDA A COR/DO QUADRO DE MINHA VIDA
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

A cada dia que passo
Sinto o tempo me puxando
Estou perdendo o comando
Sem saber mais o que faço
A vida está pelo um traço
Com alegria vencida
Minha esperança perdida
Vendo o meu sol se pôr
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida

Sonhar eu sonho mais
Por não restar esperanças
Estou vivendo de lembranças
Dos meus dias joviais
Desejos eu não tenho mais
Por eu estar de partida
Sem achar uma saída
Só me resta ter temor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida

Sem puder retroceder
A cada dia eu lamento
Eu que já fui cem por cento
Nem dez mais eu posso ser
Fica difícil entender
Essa estrada percorrida
Seja ela curta ou cumprida
Seu final é sem valor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida

As mudanças são notórias
No corpo e na aparência
Estou pedindo clemência
Pra eu obter vitórias
Tive um passado de glórias
O futuro me intimida
O presente me convida
Mas eu não tenho condutor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida

Minha infância está distante
Minha juventude acabou
E hoje o que me restou
Foi ver longe um horizonte
Os anos secou a fonte
De mim tirou a bebida
Nessa existência sofrida
Só me resta sentir dor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida

No lugar onde eu nasci
Ao retornar me assombro
Da casa só o escombro
Foi o que ali eu vi
Aí eu me convenci
De uma existência vivida
A casa está parecida
Com uma cena de terror
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida