sábado, 26 de abril de 2014

"MOTE: PUS NO MAR DO ESQUECIMENTO/AS COISAS DO MEU PASSADO"


Minha primeira namorada
Seu beijo tinha sabor
Eu descobrindo o amor
Ela estava apaixonada
Eu não sabia de nada
Mas me sentia amado
O seu jeito delicado
Me passava sentimento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

O meu pai ainda novo
A minha mãe no divã
A morte de minha irmã
Ao lembrar eu me comovo
Eu no meio do povo
Chorando desesperado
Desse dia estou lembrado
Pois me causou sofrimento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

Minha primeira professora
Que eu tinha admiração
Hoje me trás recordação
Por ser como uma genitora
A minha supervisora
Que me fez ser educado
Por ser bom e dedicado
Eu tinha um bom rendimento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

Minha primeira comunhão
Eu me encontrava contrito
Quando eu cantei o bem dito
Com uma vela na mão
Depois de ouvi o sermão
Que o padre tinha pregado
A minha mãe do meu lado
Ouvindo o meu juramento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

Nas noites enluaradas
Quando eu era bem moço
Brincando de está no poço
Com muitas jovens sentadas
No terraço ou nas causadas
Eu me sentia encantado
Pelo o amor perturbado
Na escolha do momento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

Brincando na bagaceira
Sentindo o cheiro de mel
Para mim era um troféu
Aquela minha brincadeira
Enquanto lá na caldeira
O mel era temperado
Depois disso resfriado
Em mais de um instrumento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

As mulheres que eu conquistei
Os dias da mocidade 
A minha felicidade 
Por algo que eu galguei
As jovens que eu amei 
Só uma deu resultado 
Até hoje estou casado 
Pra honrar o casamento 
Pus no mar do esquecimento 
As coisas do meu passado

Os meus dias de infância 
Já apaguei da memória 
Quero escrever nova história 
Com uma nova fragrância
Não quero viver a ânsia
De um ancião perturbado 
Com o mundo revoltado 
Por meu descontentamento 
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado

A minha virilidade 
Hoje está pela metade 
Sinto a terceira idade 
Roubar minha vaidade 
Quando eu tinha mocidade 
Eu sempre fui arrojado 
Tudo que foi conquistado 
Não me serve de argumento 
Pus no mar do esquecimento 
As coisas do meu passado  
 
Viver de recordações
Eu não queria viver
Porque não quero sofrer
Nem reviver emoções
Todas minhas relações
Pelo o tempo foi marcado
Hoje eu estou conformado
Por isso eu não me lamento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado
 
Escreveu: Davi Calisto Neto.


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