VERSOS EM SETE SÍLABAS, DESCREVENDO O MOTE: A TERRA DE
TUDO DAR/E O HOMEM NÃO PLANTA MAIS.
De maneira soberana
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
A terra de tudo trás
Somente ela é capaz
De pôr açúcar na cana
Botar óleo na mamona
Sustentar os vegetais
No reino dos animais
Ela ao homem alimentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
O limão ser muito azedo
E a manga ter doçura
A cana dar rapadura
Só Deus sabe esse segredo
Xixi-que no lajedo
Não dar abrigo aos pardais
Mas a terra ser capaz
Dessa planta sustentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Um caroço de feijão
O homem pode fazer
Só não faz ele nascer
Nem serve de refeição
A terra é quem dar o pão
Com as chuvas pluviais
Transformadas em seriais
Para o mundo alimentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Depois da cova cavada
O homem joga a semente
Ela imediatamente
Começa a ser transformada
Depois de engravidada
Nascem os brotos germinais
Entres outras plantas
rivais
Ela tende a despontar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Desde a planta mais
rasteira
Há o Cedro portentoso
Somente o Deus poderoso
É quem faz dessa maneira
A terra como hospedeira
De plantas e canaviais
E o canto dos sabiás
Faz a terra acalentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Mesmo com açude cheio
Ninguém quer mais produzir
Tudo hoje é consumir
Sem saber de onde veio
A terra como um esteio
Com os seus mananciais
Mesmo as plantas sazonais
Não tem como safrejar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Eu não estou condenando
Ao homem trabalhador
Mas hoje o agricultor
Está se modificando
O governo os controlando
Com os planos sociais
Quem recebe esses reais
Nunca mais quer trabalhar
A terra de tudo de dar
E o homem não planta mais
Essa profissão malvada
Que demora a dar retorno
Ao jovem não dar adorno
E nem camisa estampada
Afugenta a namorada
Por elas ser joviais
Quem trabalha é sem cartaz
Sem tempo pra cortejar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
Caro poeta é com prazer imenso que aqui venho, como amigo que o considero apreciar a beleza que emana de teu versejar. Parabéns, forte abraço, João Carlos.
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