MOTE: NÃO SOU EU QUEM ME CARREGO/QUEM ME CARREGA É O
MAR.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
ANTÔNIO MARTINS-RN, 18/06/2015
Entre as ondas turbulentas
Dos oceanos da vida
Procurei uma saída
Para expor meus argumentos
Só restaram os meus
lamentos
Que eu não pude evitar
Eu tentei compartilhar
Esses momentos, eu não
nego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
Evitando a violência
Procurei me manter vivo
Nesse mundo primitivo
Que o crime não tem
clemência
Nessa minha permanência
Tenho que me comportar
Tento a vida levar
Sem pisar ponta de prego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
Na ótica que eu vejo o
mundo
Ela está distorcida
Minha estrada percorrida
Muda a cada segundo
Cada dia eu me afundo
Sem ter como me salvar
Eu tento me resguardar
Na esperança eu me apego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
Eu tento viver feliz
Para ser independente
Por isso sou consciente
E dono de meu nariz
Eu sempre fiz o que quis
Sem ninguém me controlar
Procuro ser exemplar
Dando expansão a meu ego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
A onda me leva e trás
Numa constância seguida
Embalando a minha vida
Desde quando eu sou rapaz
Estou jogado no cais
Sem ter mais como voltar
O vento sem mais soprar
Nem onda se quer eu pego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
A onda que me levou
Não quis me trazer de
volta
Demonstrando sua revolta
Pelo que ela praticou
No alto mar me deixou
Sem remo para eu remar
Sem bússola pra me guiar
Numa prancha que escorrego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
No mar revolto da vida
Eu terminei na maré
Mesmo eu tendo muita fé
Ela está combalida
Minha existência vencida
Com uma cinza no olhar
E se eu não me cuidar
Termino ficando cego
Não sou eu quem me carrego
Quem me carrega é o mar
