terça-feira, 30 de julho de 2013

"MOTE EM SETESSÍLABOS: SOU CONSTRUTOR DO REPENTE/NAS OFICINAS DA VIDA"

MOTE EM SETESSÍLABOS: SOU CONSTRUTOR DO REPENTE/NAS OFICINAS DA VIDA.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.


Nasci pra ser cantador
Repentista no sertão
Nessa minha profissão
Eu não tenho opositor
Já demonstrei meu valor
Mais de uma batalha vencida
A minha fama é temida
Pra quem é incompetente
Sou construtor de repente
Nas oficinas da vida

Fiz sonetos e canções
Cantei mote e beira mar
Em sextilhas pude provar
Todas as minhas condições
Nas minhas observações
A arte estava esquecida
Depois da minha investida
Hoje ela está diferente
 Sou construtor de repente
Nas oficinas da vida

O repente eu temperei
Fiz metáforas com a rima
Do bordão até a prima
Da viola eu dedilhei
O verso eu metrifiquei
A métrica foi promovida
A estrofe dividida
Com o meu baião dolente
 Sou construtor de repente
Nas oficinas da vida

Depois de muito pensar
Eu cheguei à conclusão
Que essa minha ascensão
Foi Deus querendo provar
Que eu nasci pra rimar
Com força constituída
Por Maria concebida
E o nosso onipotente
Sou construtor de repente
Nas oficinas da vida
















quinta-feira, 25 de julho de 2013

"MOTE EM DECASSÍLABOS: NADA VALE SER RICO DE DINHEIRO/SENDO POBRE DE ESPÍERITO E HUMILDADE"



VERSOS EM DECASSÍLABOS DESCREVENDO O MOTE: NADA VALE SER RICO DE DINHEIRO/SENDO POBRE DE ESPÍRITO E HUMILDADE.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

        Muita gente só pensa em ter riqueza
Valoriza o que é material
Até mesmo o amor fraternal
Para ele não tem nenhuma beleza
Sem saber que a morte é uma certeza
Leva a vida com muita vaidade
Nunca quer praticar uma bondade
Essa vida pra mim é cativeiro
Nada vale ser rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humildade

Para o túmulo os bens não são levados
O caixão não tem cofre e nem gaveta
Vestuário é apenas uma capa preta
Com adornos que são multiplicados
Os parentes a serem indagados
Não quer mais com o morto afinidade
Dessa hora em diante é só saudade
De um filho, uma mãe, ou um herdeiro.
Nada vale ser rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humildade

Nessa vida é bom ter compaixão
Pelos fracos e pobres oprimidos
Olhar sempre pra quem estão excluídos
Esse gesto é de quem tem coração
Mas o rico que vive na mansão
Nem se quer desse ser tem piedade
Só riqueza lhe trás felicidade
Sem saber que aqui tudo é passageiro
Nada vale ser rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humilda

São três fazes que homem têm na vida
Todas três é por Deus que controlada
A velhice é a fase mais chorada
Mocidade é a fase mais querida
A infância é a fase preferida
Porque nela se vive a liberdade
A criança não pensa em maldade
Diverte-se brincando no terreiro
Nada vale se rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humildade

Quando homem já passa dos cinquenta
Que ele sente o peso da idade
Consciente que viveu mais da metade
O fantasma do tempo se apresenta
Roupa preta e uma toga ele ostenta
De você ele não tem caridade
Condena-lhe e põem de trás da grade
E ele mesmo vai ser o carcereiro
Nada vale se rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humildade. 

Todos nós haveremos de ter fim
É ciclo normal dos seres vivos
Mas os homens procuram ser cativos
O seu Deus é o ouro e o marfim
Grande parte dos homens pensa assim
Não preparam um lugar na eternidade
Sua riqueza lhe trás autoridade
Mas seu último dinheiro é pro coveiro
Nada vale se rico de dinheiro
Sendo pobre de espírito e humildade





terça-feira, 16 de julho de 2013

"MOTE EM SETESSÍLABOS"



MOTE: EM SETESSÍLABOS: QUEM QUISER SE VER MORRENDO/ENFRENTE-ME EM CANTORIA.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO



Sou talentoso e profundo
Da morte não tenho medo
Já descobri seu segredo
Quando ataca um moribundo
Mas eu sou rubicundo
Ela não me aprecia
Mesmo usando covardia
Ela pra mim está perdendo
Quem quiser se ver morrendo
Enfrente-me em cantoria

Quem tenta me imitar
Foge da métrica e da rima
Mas de mim não se aproxima
Pois eu sou o titular
Nessa arte de rimar
Eu sou luz que irradia
No campo da poesia
O que planto estou colhendo
Quem quiser se ver morrendo
Enfrente-me em cantoria

Meu linguajar de poeta
Detona o opositor
Por isso esse meu valor
Aos invejosos desperta
Já atingi minha meta
Que muito se distancia
Um século de garantia
Eu estou subscrevendo
Quem quiser se ver morrendo
Enfrente-me em cantoria

Não quero ser arrogante
Com quem é da profissão
Mas nessa minha ascensão
Eu me tornei importante
Não sou coadjuvante
Em filme que se anuncia
Por isso, a cada dia.
Eu estou me promovendo
Quem quiser se ver morrendo
Enfrente-me em cantoria.  

Já enfrentei Vila Nova
Ele é meu aprendiz
Também derrotei Diniz
Um poeta a toda prova
Hoje ele está na cova
Mas foi rei da poesia
Só a mim ele temia
Por meu saber estupendo
Quem quiser se ver morrendo
Enfrente-me em cantoria
















domingo, 14 de julho de 2013

"MOTE EM DECASSÍLABO"



MOTE EM DECASSÍLABO: SOU APENAS UM RESTO DE ESPERANÇA/QUE O TEMPO ESQUECEU DE CARREGAR.
MOTE SUGERIDO PELO GRANDE POETA, JOSÉ QUEIROZ DA FONSECA
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

Eu lamento as perdas do amigo
Mas o tempo é cruel e impiedoso
É um monstro que está sempre raivoso
De repente se torna um inimigo
Quem está vivo não foge do perigo
Que ao nascer já começa nos rondar
Suas maldades ninguém pode evitar
Ao ser vivo o tempo sempre alcança
Sou apenas um resto de esperança
Que o tempo esqueceu de carregar

Levou tudo que eu tinha de saudável
Juventude também não tenho mais
Os anseios dos tempos de rapaz
Meu sofrer se tornou inevitável
Só a morte hoje em dia é mais provável
Por que dela ninguém vai se livrar
Aos meus quinze eu não posso retornar
Hoje em dia eu vivo de lembrança
Sou apenas um resto de esperança
Que o tempo esqueceu de carregar

De repente de mim está distante
Os meus sonhos que eu não realizei
No presente que vivo eu constatei
A distância de um novo horizonte
A saudade é uma lâmina cortante
Que o tempo feriu pra me matar
Moribundo me resta lamentar
E em Deus não perder a confiança
Sou apenas o resto de esperança
Que o tempo esqueceu de carregar

Tenho dores por tudo quanto é canto
Estou lento não tenho agilidade
Sem saber o que é felicidade
O que resta é apenas verter pranto
A velhice cobriu-me com seu manto
Que com isso só fez me humilhar
Relutei para não me acostumar
Mas não pude evitar essa mudança
Sou apenas um resto de esperança
Que o tempo esqueceu de carregar 

Minha infância passou e foi embora
De lembrá-la eu tenho calafrios
Hoje em dia eu enfrente os desafios
Que de tanto sofrer minha alma chora 
Tenho filhas e netos que me adora 
São a eles que eu tento confortar
Com os anos aprendi a disfarçar 
Só assim vou mantendo essa aliança 
Sou apenas um resto de esperança 
Que o tempo esqueceu de carregar.